Com o frio intenso que atinge o Rio Grande do Sul nos últimos dias, levantar da cama assim que o despertador toca é uma tarefa quase heroica para muita gente. Entre um bocejo e outro, fica a questão: sentimos mais sono no inverno, ou esta é apenas uma impressão?
A resposta não é muito animadora. De acordo com a chefe do Serviço de Endocrinologia da Santa Casa de Porto Alegre, Carolina Leães Rech, não precisamos dormir mais nos dias frios.
— A necessidade é a mesma, mas temos mais estímulos para o sono — afirma a especialista.
Como a noite chega mais cedo e o amanhecer mais tarde, o número de horas no escuro é maior, induzindo nosso corpo a sossegar por meio do estímulo à produção de melatonina (hormônio que ajuda a desencadear o sono). Este hormônio é o motivo pelo qual recomenda-se manter o quarto bem escuro à noite. Luzes de telefones, televisão ou abajures devem ser evitadas, para não interferir na liberação da substância.
Outro fator para a preguiça no frio, lembra a médica, é que a taxa de metabolismo basal aumenta, ou seja, nosso metabolismo fica mais acelerado, trabalhando para manter a temperatura corporal estável, em torno dos 37°C.
— No frio muito intenso, gastamos mais energia para produzir calor, então, é normal ter mais fome, e podemos sentir mais cansaço no fim do dia — garante Carolina.
Além disso, comenta a especialista, é mais cômodo e aconchegante ficar deitado no conforto da cama do que deixá-la cedo da manhã e com temperaturas mínimas.