Uma adolescente de 14 anos morreu de meningite em Canoas, na Região Metropolitana, no último domingo (30). A causa do óbito, o sexto no ano no Rio Grande do Sul, foi confirmada nesta sexta (5) pela Secretaria de Saúde do Estado.
A adolescente morreu após receber atendimento na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Boqueirão, em Canoas. De acordo com relato da família no começo da semana, a garota se sentiu mal na madrugada, foi atendida na UPA e voltou para casa. Ainda com sintomas - que vão desde dor no corpo e náuseas a até febre -, os pais decidiram levá-la ao hospital, mas a menina não resistiu e morreu a caminho do atendimento.
A adolescente estudava na Escola Municipal de Ensino Fundamental Irmão Pedro, no bairro Estância Velha. A instituição não abriu as portas na segunda-feira (1º), para que os alunos e professores pudessem ir ao enterro. Além disso, por precaução, as salas de aula e demais ambientes foram higienizados com produtos de limpeza e álcool. O secretário municipal da saúde, Fernando Ritter, esteve no local para passar orientações aos funcionários sobre procedimentos e medidas adotadas para prevenção, estabelecidas nos protocolos do Governo Federal.
A prefeitura afirma que tomou medidas de proteção junto com a Secretaria de Saúde do Estado para evitar novos casos. Entre elas, o uso de antibiótico para 37 pessoas próximas da menina, tanto na escola quanto em casa. GaúchaZH questionou o governo de Canoas se houve erro no atendimento à adolescente, na UPA, e não obteve retorno até a publicação dessa reportagem.
Além disso, município e Estado atuam para ampliar a cobertura vacinal entre os adolescentes, que em todo território nacional encontra-se baixa. Transmissores ou de grupo de risco, crianças e adolescentes têm vacina gratuita para meningite C.
Sobre a meningite
A Doença Meningocócica (DM) é uma doença infecciosa aguda. A forma clínica mais comum é a meningite meningocócica (inflamação da meninge, membrana que envolve o cérebro e medula) e a mais grave é a meningococcemia (infecção generalizada, ou sepse).
É causada por uma bactéria, a Neisséria Meningitidis (meningococo), que se apresenta em vários sorogrupos. Os principais são A, B, C, W, Y e X. A transmissão se dá no contato direto de pessoa a pessoa, por meio de secreções respiratórias. Assim como as demais doenças de transmissão respiratória, a circulação é intensificada nos meses de inverno.
Em 2019, foram registrados 6 óbitos por doença meningocócica:
Canoas - adolescente de 14 anos, meningococo tipo C
Santa Maria - bebê, com menos de 1 mês, sem sorogrupo identificado
Alvorada - bebê de 2 meses, meningococo tipo C
Viamão - bebê de 7 meses, meningococo tipo B
São Leopoldo - criança de 2 anos, meningococo tipo B
São Leopoldo - adolescente de 13 anos, meningococo tipo C