Embora o principal público de risco da meningite C sejam as crianças com menos de cinco anos (principalmente até os dois), adolescentes de 11 a 14 anos também recebem vacina gratuita na rede pública em razão de serem importantes transmissores. Mesmo quando não adoecem, os adolescentes têm papel relevante na contaminação: sem saber, podem carregar a bactéria na garganta e no nariz, e rapidamente propagá-la em seu contexto social. Com as crianças, é diferente: adoecem porque raramente carregam a bactéria sem que essa se manifeste.
— Em um mundo ideal, todos jovens até 19 anos deveriam receber a vacina pela rede pública, mas o Ministério da Saúde direcionou a campanha para faixa etárias específicas — explica Isabella Ballalai, da da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
A recomendação da Sociedade Brasileira de Pediatria e da SBIm é para que todas as pessoas abaixo de 20 anos tenham a imunização. Em particular, porque a vacina gratuita para meningite C só começou a ser oferecida na rede pública em 2010, ou seja, muitos adolescentes de hoje eram crianças na época em que não se vacinava de graça, portanto, estão desprotegidos até agora.
Contaminação é rara em adultos e idosos
A situação é diferente para pessoas acima de 20 anos. É rara a contaminação de adultos e idosos, então, a vacinação não é dada como prioritária. A eficácia da imunização é de seis anos, de forma que manter toda população adulta protegida sempre traria um custo e uma logística de difícil viabilidade.
— Apenas se recomenda a vacinação de pessoas acima de 20 anos em alguns casos específicos, como imunodeprimidas (com HIV, por exemplo) ou com doenças que atrapalham o funcionamento do baço — orienta Isabella.
Distribuição de vacina está regular no Estado, diz governo
Em resposta à reclamação de alguns moradores de cidades da Região Metropolitana e do Interior, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) assegurou que a distribuição está regular em todo o Estado, obedecendo o cronograma normal de retirada por parte dos municípios. Em nota enviada à GaúchaZH, o órgão comunicou que “o Estado não recebeu nenhuma notificação de desabastecimento da vacina meningocócica”.
As doses são repassadas pelo Ministério da Saúde à Secretaria Estadual da Saúde, que distribui os lotes nas 19 Coordenadorias Regionais de Saúde, onde os municípios buscam as vacinas. “Há a possibilidade de faltas pontuais em uma Unidade Básica de Saúde específica em algum município, o que geralmente a Secretaria Municipal de Saúde consegue administrar com o remanejo interno de um posto para outro”, informa a SES em nota.