Infecção viral aguda e contagiosa, a caxumba é mais comum de atingir crianças em período escolar e adolescentes, mas também pode afetar adultos em qualquer idade, assim como o jogador da Seleção Brasileira Richarlison, 22 anos, que recententemente apresentou um quadro da doença.
O contágio ocorre pela via aérea, por meio de disseminação de gotículas ou por contato direto com a saliva de pessoas infectadas. Por maneira indireta, – pelo contato com objetos ou utensílios com secreção do nariz ou da boca – também existe risco de contaminação, mas de forma menos frequente.
O inchaço das glândulas salivares, localizadas no interior e no entorno da cavidade bucal, é o principal e mais comum sintoma de caxumba, assim como a febre. Entretanto, também pode ocorrer dor de cabeça, fadiga e fraqueza, perda de apetite e dor ao mastigar e engolir.
É comum, ainda, que a infecção em homens adultos provoque orquite (inflamação nos testículos) e mastite (infecção do tecido mamário) nas mulheres. Em um terço dos casos, a infecção não apresenta sintomas (assintomática) e adquire maior gravidade após a adolescência. Em menores de cinco anos, são comuns sintomas das vias respiratórias e perda neurossensorial da audição.
Não há tratamento específico para o problema, mas é fundamental o monitoramento do paciente para complicações. Os casos devem receber orientação médica em relação a cuidados, repouso e isolamento. É fundamental, ainda, fazer uma observação da pessoa infectada para identificar possíveis complicações. Em alguns raros casos, a doença pode resultar em internações e até mesmo a morte.
Quem pode se vacinar?
A vacina tríplice viral é utilizada para a proteção contra sarampo, rubéola e caxumba. Já a tetraviral previne as três mesmas doenças e também a catapora. Para maior eficácia, são necessárias uma dose de cada uma delas. A primeira (de tríplice viral) deve ser aplicada aos 12 meses e a segunda (tetraviral) aos 15, proporcionando uma proteção de 80% contra a caxumba. Após a aplicação, elas levam de duas a três semanas para surtir efeito.
Aqueles que não foram vacinados na infância podem receber as duas doses até os 29 anos, com um intervalo de, no mínimo, um mês entre cada uma delas. Dos 30 aos 49 anos, a aplicação é única. A exceção fica para os profissionais da saúde, que devem receber duas doses, independentemente da idade. As aplicações estão disponíveis em todos os postos de saúde da rede pública.
Quantas vezes é preciso se vacinar?
Há duas situações em que uma nova aplicação não se faz necessária. Em pessoas que já tomaram as duas doses em algum momento da vida, e aquelas que já tiveram comprovação clínica da doença, já que, uma vez que a pessoa é infectada, cria-se uma imunidade permanente contra o vírus.
Entretanto, conforme explica Juarez Cunha, médico de vigilância em saúde e presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), a vacina não é 100% eficiente quando se trata de caxumba, o que pode fazer com que uma pessoa vacinada desenvolva a doença, porém de maneira mais leve.
— A literatura médica recomenda que, em casos de surto, uma terceira dose seja aplicada, para aumentar a proteção, mas isso não é feito na rede pública — explica.