O município de Santa Cruz do Sul registra 10 casos de leptospirose em 2019. O número é considerado acima da média pela prefeitura, que tenta identificar pontos de transmissão da doença.
Foram seis casos no mês de janeiro e quatro na primeira quinzena de fevereiro. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde da cidade, três casos estão relacionados a um grupo de adolescentes que invadiu uma propriedade e tomou banho em um açude particular, no bairro Monte Verde. Outro seria de um jovem que se banhou em outro açude da cidade. Os quatro tiveram que ser internados em instituições de saúde, mas três já foram liberados.
Não há informações sobre como as outras pessoas foram infectadas. Além destes dez casos confirmados, ainda há outro em investigação. Devido ao alto número de pessoas infectadas pela doença, a prefeitura passou a enviar relatórios diários à Secretaria Estadual de Saúde – equipes da secretaria municipal tentam identificar se os açudes estão relacionados à contaminação.
— Passamos a nos reportar diariamente devido à preocupação com esta crescente do número de casos. Também vamos fazer uma análise ambiental do açude no bairro Monte Verde para identificar o possível foco. Colocamos placas nesta propriedade para alertar que o banho é perigoso — explica o secretário municipal Régis de Oliveira Júnior.
Nenhum caso de morte por leptospirose foi registrado no município em 2019.
A doença: causa, sintomas e contaminação
A leptospirose é uma doença infecciosa causada por uma bactéria chamada Leptospira, que é eliminada no ambiente pela urina de ratos. A doença tem cura, mas, se não tratada, pode levar a um quadro grave, inclusive à morte.
Conforme o Centro Estadual de Vigilância em Saúde (CEVS), os principais sintomas da doença são febre, dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo (principalmente na panturrilha) e calafrios, que aparecem de sete a 15 dias depois da contaminação.
Uma das principais formas de contaminação é quando há enchentes e inundações, já que a urina dos ratos, presente em esgotos e bueiros, mistura-se à enxurrada e à lama, elevando o risco de contato da população com a bactéria. Em caso de enchentes, o CEVS orienta que os moradores evitem contato com a água ou lama e que usem botas e luvas de borracha durante o trabalho de limpeza. Os moradores também devem usar sabão e água sanitária para lavar a casa e os objetos atingidos pelas enchentes (a proporção recomendada é de um copo de água sanitária para 20 litros de água).