O pequeno Noah chegou ao mundo na manhã de 28 de janeiro, às 8h38min, de uma maneira nada convencional: ele nasceu empelicado – expressão usada quando a criança permanece dentro da bolsa amniótica durante e após o parto.
Filho da maquiadora Monyck Valasco, Noah nasceu em Vila Velha, no Espírito Santo. Para Monyck, o momento foi único, já que nunca havia visto um bebê nascer empelicado antes.
— Meu obstetra já tinha feito outros partos assim, mas eu nunca tinha visto, até então. Foi lindo demais — afirma Monyck.
Engana-se quem pensa que o nascimento de Noah foi especial só pelo fato dele ter nascido dentro da bolsa amniótica. Ele veio ao mundo fazendo caras, bocas e até mesmo biquinho para foto.
— Para mim, esse foi o diferencial — conta a mãe.
Monyck conta que teve uma gravidez emocionalmente conturbada, mas que Noah desenvolveu-se dentro da normalidade e saudável. Depois do parto, precisou ficar internado em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) por seis dias, por conta de cansaço respiratório. Agora, com pouco menos de um mês, Noah passa bem e está em casa com a família.
Entenda o nascimento dentro da bolsa amniótica
Conforme a médica obstetra do Hospital Mãe de Deus Maria Lúcia Oppermann, normalmente esse invólucro se rompe no momento da saída do bebê ou antes – no último caso, podem haver complicações. Ela ressalta, no entanto, que essa condição não apresenta nenhum tipo de risco para a criança ou para a mãe.
— O nascimento dentro da bolsa amniótica é muito eventual. Quando acontece, costuma ser em partos de gêmeos, normalmente depois que o primeiro bebê já nasceu. Não há estudos que comprovem um impacto importante na saúde, mas esse acontecimento pode diminuir a chance de infecção, já que mantém a criança protegida do contato com o sangue da mãe — afirma a médica.
Mesmo sem ocasionar problemas, a médica ressalta que é importante não deixar a criança muito tempo dentro da bolsa para evitar que ela fique sem ar ou aspire líquido.