O cérebro de crianças que passam muito tempo diante das telas de smartphones ou jogando videogames parece se modificar. É o que aponta um estudo do Instituto Nacional de Saúde (NIH, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, divulgado no domingo (9) pela rede de TV americana CBS.
Em 21 centros de pesquisa nos Estados Unidos, o NIH examinou os cérebros de 4,5 mil crianças de nove e 10 anos para saber se o uso intenso de videogames e o tempo que passam na internet influencia o desenvolvimento.
Os primeiros resultados do estudo, feito com imagens por ressonância magnética (IRM), mostram diferenças significativas no cérebro das crianças que usam smartphones, tablets e videogames mais de sete horas por dia, de acordo com uma das pesquisadoras, Gaya Dowling.
As imagens mostraram uma redução prematura do córtex cerebral, que processa as informações enviadas pelos cinco sentidos ao cérebro. A redução do córtex "é considerada como um processo de envelhecimento", disse a pesquisadora, ressaltando que ainda não está claro se esse processo é prejudicial.
— Ainda não sabemos se deve-se ao tempo que se passa frente às telas nem se é algo ruim — afirmou Gaya.
Segundo a cientista Kara Bagot, os smartphones podem ter um efeito viciante, porque o tempo que se passa na frente de uma tela estimula a liberação de dopamina, o hormônio do prazer.
Os dados do NIH mostraram que as crianças que passaram mais de duas horas por dia diante das telas tiveram resultados piores nos testes de linguagem e de raciocínio.
Para este estudo, foram examinadas 11 mil crianças, que serão acompanhadas por vários anos para se avaliar o impacto das telas em seu desenvolvimento intelectual e social, assim como sobre sua saúde. Os resultados começarão a ser publicados no início de 2019.