Uma nova pesquisa em Hong Kong descobriu que os filtros UV comumente usados em protetores solares estão poluindo as águas e podem colocar em risco a saúde humana, disse uma das principais universidades da cidade nesta quinta-feira (4).
Uma "quantidade extensa" de sete produtos químicos de filtros UV comuns foi encontrada na água do mar de Hong Kong, assim como em peixes, camarões e mexilhões em fazendas aquáticas, disseram cientistas da Universidade Batista de Hong Kong.
— O efeito desses contaminantes que passam ao longo da cadeia alimentar até chegar aos humanos e o impacto de longo prazo sobre a fertilidade humana não podem ser negligenciados — disse Kelvin Leung, que liderou a pesquisa.
Testes realizados em peixes-zebra, que têm uma estrutura genética semelhante à dos humanos, mostraram que a água poluída causou anormalidades e uma taxa de mortalidade mais alta nos embriões dos peixes conforme os produtos químicos entraram na cadeia alimentar.
A universidade descreveu o estudo como o primeiro do mundo a identificar os danos causados por uma combinação de substâncias químicas poluentes nos filtros solares. Os pesquisadores disseram que iriam realizar mais testes para aprender mais sobre os efeitos dos filtros UV no corpo humano.
Os produtos químicos testados no estudo do peixe-zebra incluem octocrylene (OC), benzofenona-3 (BP-3) e etilhexil metoxicinamato (EHMC), que foram os mais abundantes tipos de filtros UV químicos nas águas de Hong Kong.
A International Chemical Secretariat já estabeleceu o BP-3 como uma ameaça à saúde humana e pediu que fosse substituído por outra substância mais segura.
Leung acrescentou que esses produtos químicos podem se acumular no corpo humano e não podem ser dissolvidos ou diluídos simplesmente pela ingestão de água.