Você já deve estar cansado de saber, mas não custa repetir: tomar sol é saudável, desde que com moderação e em horários adequados. A importância de proteger-se dele com filtro solar também não é novidade. A mais recente tendência quando o assunto é proteção contra os raios nocivos do sol são as cápsulas de fotoproteção orais.
Apesar do nome atrativo, a ingestão dessas fórmulas não significa que o protetor em creme deva ser excluído da rotina. Pelo contrário. Juntos, eles trabalham para amenizar os danos da radiação, que vão desde queimaduras até o envelhecimento, passando pelo desenvolvimento de câncer de pele.
— Essas cápsulas são potentes antioxidantes dados por via oral que agregam aos filtros tópicos a capacidade de combater radicais livres — explica o médico dermatologista Hélio Miot, membro da diretoria da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD)e pesquisador da Unesp de Botucatu.
Desenvolvidos na virada do milênio, esses fármacos atuam no organismo nas mais variadas frentes, funcionando como antioxidantes, anti-inflamatórios e imunomoduladores. Conforme a médica dermatologista Gabrielle Tamanini Adames, membro da SBD, a matéria-prima mais utilizada para fabricar esse tipo de produto é o extrato de Polypodium leucotomos, samambaia nativa das Américas do Sul e Central.
— Desde a década de 1990, esses extratos têm as ações antioxidantes, anti-inflamatórias imunoprotetoras e protetoras do DNA comprovada pela universidade de Harvard — garante Gabrielle, acrescentando que proteger o DNA é fundamental na prevenção do câncer de pele.
— Quando ele é alterado pode gerar a doença — completa.
Todo esse poder antioxidante e anti-inflamatório, além de reduzir o vermelhão, ainda combate o envelhecimento precoce a longo prazo.
Como são produzidos à base de vegetais, esses produtos não são considerados medicamentos, logo, podem ser consumidos pela população em geral. No entanto, a maior indicação de consumo é para pessoas que tenham uma grande exposição ao sol ou que tenham manchas, como melasma, ou doenças de pele que pioram com a radiação, como rosácea, destaca Gabrielle. Crianças, gestantes e alérgicos à planta não devem usar o produto.
Proteja-se!
Agindo em conjunto com o filtro solar, essas cápsulas jamais devem substituir os produtos em creme.
— O grande problema é que as cápsulas são vendidas como protetores orais e não são. Elas são, sim, potentes antioxidantes, que diminuem os efeitos do sol na pele. Mais importante que o uso desses produtos é a atitude: é brutal como as pessoas se expõem entre as 10h e às 16h, que é o horário que mais tem raios UVB — alerta Miot.
O médico indica que se procure ficar na sombra nesse período, além de não esquecer de itens como bonés, camisetas e roupas com proteção específica.