Técnicos da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) de Porto Alegre se reúnem na tarde desta quarta-feira (19) para tentar identificar estratégias que permitam aumentar o percentual de imunizados contra sarampo e poliomielite na cidade. Após o fim da campanha no Estado, ficou constatado que a cidade teve um dos piores índices de vacinação do Estado: 77% das crianças foram vacinadas contra a poliomielite e 76% contra o sarampo, sendo que a meta era de 95%. A Capital concentra 22 dos 29 casos de sarampo confirmados no RS em 2018.
Segundo a SMS, várias medidas foram tomadas para tentar aumentar o número de imunizados incluídos no público-alvo da campanha, que são as crianças de um a cinco anos incompletos. Além da prorrogação da campanha e do contato com a imprensa, foi feito pedido a diretores de escolas e creches para que conversassem com os pais sobre a importância da vacinação. Mesmo assim, o percentual ficou baixo, principalmente entre as crianças de um ano — mais de 7 mil não receberam a vacina, de um total de pouco mais de 18 mil. Do total de 23 mil crianças do público-alvo que não receberam a vacina contra a pólio no Rio Grande do Sul, 64% são de Porto Alegre.
Nesta tarde, o secretário Erno Harzheim vai se encontrar com técnicos do núcleo de imunização da pasta. Entre as novas medidas que podem ser adotadas, está a prorrogação da campanha por mais tempo e a ampliação da vacinação para outros grupos de pessoas.
A campanha prevê a aplicação de uma dose extra para reforço, já que o vírus do sarampo voltou a circular no Estado este ano. A vacinação, no entanto, está disponível durante todo o ano, de acordo com o calendário de vacinação de cada criança. Quem tiver entre cinco e 49 anos também pode procurar os postos de saúde e terá a sua situação reavaliada.
A meta de vacinar 95% das crianças de um a cinco anos incompletos foi atingida no Rio Grande do Sul e no Brasil, mas pelo menos 500 mil não se vacinaram em 15 Estados. Até o final da semana passada, o Brasil havia registrado 1.673 casos de sarampo e outros 7,8 mil estavam em investigação, a maioria em Roraima e no Amazonas.
Vacinação
A vacina da pólio está disponível durante o ano todo nos postos e é indicada para crianças menores de um ano de idade em três doses: a primeira aos dois meses, seguidas de outras duas, aos quatro e aos seis meses, todas elas injetáveis. A proteção é completada com dois reforços da vacina oral, aos 15 meses e aos quatro anos.
Em relação ao sarampo, a proteção ocorre por meio da vacina tríplice viral, indicada no calendário básico quando a criança completa um ano. Aos 15 meses, ela é complementada com a vacina tetraviral, que protege contra as mesmas três da tríplice viral, acrescida da catapora.