A Corsan, responsável pelo abastecimento de água em Santa Maria, já realizou a limpeza de mais da metade dos reservatórios da cidade: 15, de um total de 29, foram limpos. O trabalho começou no dia 23 de junho e é acompanhado por dois técnicos do município e dois do Estado, que também coletam amostras de água e de lodo para análise no laboratório da Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná, que detecta ou não a presença do protozoário causador da toxoplasmose.
Segundo o superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, a previsão é que sejam higienizados mais 13 reservatórios nesta semana, chegando ao total de 28. Os serviços são feitos de acordo com as condições climáticas. O último reservatório a ser limpo será um dos que ficam na Estação de Tratamento de Água (ETA), na Vila Vitória. A previsão é de que a limpeza seja feita até o próximo final de semana, já que a estrutura tem um impacto maior no abastecimento da cidade:
— É um dos maiores reservatórios que a gente tem. Como as manobras para executar a limpeza dele são bem complexas e o impacto de desabastecimento pode ser grande, se não for planejado de forma adequada, nós vamos deixá-lo por último, provavelmente a ser executado de um sábado para domingo. Se conseguirmos nesse (fim de semana) já executamos, se não, faremos no próximo.
Limpeza de caixas d'água
Desde que foi oficializada a presença do protozoário Toxoplasma gondii na caixa d'água de uma residência do bairro Nossa Senhora de Fátima, em Santa Maria, as autoridades de saúde reforçaram a importância dos moradores realizarem as limpezas de seus reservatórios. O superintendente da Vigilância em Saúde, Alexandre Streb, explica que o processo é simples. Antes de começar a limpeza, a orientação é que o registro seja fechado:
— É importante que se feche o registro e que se interrompa dentro do reservatório a saída de água para que no momento em que os resíduos sejam retirados, eles não passem pelos canos. A limpeza pode ser feita com pano e escova, esfregando no fundo e nas paredes da caixa para retirar a sujeira.
Streb acrescenta ainda que, após a primeira retirada dos resíduos, é recomendado o uso de água sanitária para limpeza completa do reservatório:
— Se recomenda que se encha a caixa d'água até a metade e coloque um litro de água sanitária, para cada mil litros de água. Com isso, pode ser feita mais uma limpeza nas paredes e no fundo do recipiente e esse líquido deve ser deixado por cerca de duas horas de molho. Depois disso, a orientação é que o registro e a saída de água da caixa sejam abertos para que o líquido saia pelos canos.
Outro cuidado importante é com relação à estrutura do recipiente. É importante que a caixa esteja em boas condições e seja mantida sempre bem vedada. Se a estrutura fica, por exemplo, em um lugar de difícil acesso, a recomendação é de que o serviço seja executado por profissionais especializados. A Vigilância em Saúde fornece uma lista de empresas que prestam o serviço no município.
Mesmo com a confirmação da presença do protozoário em uma caixa d'agua da cidade, ainda não se pode afirmar que a amostra tenha relação com o surto da toxoplasmose, já que, por enquanto, não foi comprovada a relação genética entre o protozoário e pacientes diagnosticados. As medidas como tomar água fervida e lavar bem os alimentos e vegetais também com água fervida devem ser mantidas.