A ciência já conhece a importância de uma boa noite de sono para a saúde, mas ainda pouco se sabe sobre os motivos que nos levam a dormir. Quando se fala em questões evolutivas, o período de repouso não é lá muito justificável: deixa os animais vulneráveis aos predadores e não permite a obtenção de comida. Diante desse mistério, pesquisadores da Columbia University, nos Estados Unidos, investigaram o que está por trás do ato de dormir e descobriram que o sono tem função antioxidante.
Publicado no periódico PLOS Biology, o estudo usou uma versão mutante de drosófila, conhecida como mosca da fruta, que foi adaptada para dormir menos sem alterar seus ciclos circadianos. Com isso, foi evidenciado que a privação do sono gerou maior sensibilidade ao estresse oxidativo.
O estresse oxidativo resulta do excesso de radicais livres que podem danificar células e levar a uma disfunção orgânica. Radicais livres tóxicos se acumulam nas células a partir do metabolismo normal e de danos ambientais. Se a função do sono é proteger contra esse processo, dormir mais pode aumentar a resistência ao estresse oxidativo. Vanessa Hill, líder do estudo, afirma que os pesquisadores usaram métodos farmacológicos e genéticos para mostrar isso.
Os autores descobriram também que a relação sono versus estresse oxidativo é uma via de mão dupla: ao reduzir os radicais livres, as moscas também diminuíram o tempo de sono, indicando que a necessidade de dormir é decorrente do estresse oxidativo.