O Laboratório de Análises Clínicas (LAC) do Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) afirma ter capacidade para realizar o diagnóstico – entre coletas e exames – quanto à identificação dos casos de toxoplasmose. Conforme Eleu Oliveira, que é farmacêutico bioquímico e diretor do LAC, seria possível realizar a avaliação de até 50 exames diários. Atualmente, apenas o Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen-RS), na Capital, realiza a análise para toxoplasmose.
— Hoje, nós já realizamos, aqui no Husm, exames rotineiros de toxoplasmose nas gestantes que chegam até o hospital. É algo rotineiro para nós. Temos, seguramente, todas as condições de atender a toda demanda que nos for encaminhada. Já nos colocamos à disposição do Estado e do município — avalia o diretor.
Ainda segundo Oliveira, o laboratório dispõe de tecnologia e de metodologia "idênticas aos grandes laboratórios do país e similares ao Lacen". Conforme o diretor, a unidade poderia assimilar "para ontem"a nova demanda — isso em caso de haver o entendimento por parte da Secretaria Estadual de Saúde.
Além disso, o laboratório possibilitaria também um ganho de tempo. Hoje, o resultado do boletim de toxoplasmose, que é feito pelo Lacen, sai em 48 horas. Isso porque o laboratório de Porto Alegre obedece a uma logística que envolve desde a coleta até o transporte do material. A unidade poderia, segundo o diretor, emitir o boletim em 24 horas.
Eleu Oliveira também afirma que o laboratório — com três farmacêuticos e dois técnicos — tem metodologia que dá segurança e respaldo na certificação dos resultados:
— Fazemos uso de duas metodologias e, por exemplo, quando há algum teste em que o resultado seja inconclusivo se faz uma contraprova própria.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES) se manifestou ainda nessa semana sobre a possibilidade de o LAC do Husm auxiliar essa função:
Para a confirmação oficial dos casos, a referência para a análise é o Laboratório Central do Estado (Lacen-RS). O local tem expertise nesse tipo de exame, onde as amostras passam por dois tipos de diagnósticos de anticorpos e, somente com a positividade de ambos, se considera o caso como confirmado. Isso segue o que é recomendado na literatura epidemiológica e dá maior certeza quanto aos números. Em paralelo, a SES trabalha em formas de qualificar e agilizar o processo de notificação, tratando do tema com o Hospital Universitário de Santa Maria, que hoje opera com a identificação de um único anticorpo. Isso impossibilita, neste momento, a conjugação das duas frentes de trabalho. Por critérios epidemiológicos, só é possível agregar um novo serviço laboratorial como fonte oficial quando ele segue o mesmo processo de análises clínicas do Lacen.