O verão convida a consumir alimentos mais leves e refrescantes, e apostar no suco de uva pode ser uma boa opção. Na versão branca ou tinta, a bebida traz diversos benefícios para a saúde por ser rica em polifenóis, compostos químicos presentes na casca e na semente das frutas que são transferidos para o suco durante o processo de fabricação.
— Na elaboração, alguns polifenóis se condensam e formam outros que, além de fazer bem para o corpo, são importantes para caracterizar os produtos — explica a biomédica Caroline Dani, pesquisadora do Centro Metodista Ipa.
A presença desses componentes confere ao líquido capacidade antioxidante e anti-inflamatória, prevenindo doenças cardiovasculares, acúmulo de gordura no fígado e abdominal. Conforme a nutricionista Bruna Mara Postingher, do Comitê do Suco de Uva do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin), há estudos que relacionam o suco à prevenção de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer. Pesquisas também já relacionaram o consumo da bebida à melhora da memória.
— Um estudo norte-americano demonstrou, por meio de ressonância, que o suco de uva aumenta a atividade cerebral em áreas distintas do cérebro. Isso explica, em parte, a melhoria da memória — afirma Caroline, acrescentando que o efeito se deve tanto à prevenção de danos, quanto a melhor irrigação do cérebro.
Quem está de dieta também pode comemorar: o consumo regular e moderado (400 ml por dia) de suco de uva ajuda a baixar os ponteiros da balança, pois ele ativa o metabolismo e reduz a absorção de gordura. Só vale lembrar que a bebida, mesmo sendo saudável, é um alimento que deve entrar no cálculo das calorias diárias totais.
Bom para dieta, bom para o exercício. O suco de uva também se mostrou eficiente antes e depois da prática de atividades físicas. No pré-treino, melhora a performance, pois é vasodilatador, e, depois, acelera a recuperação, em função das características anti-inflamatórias. De quebra, a bebida ainda é capaz de prevenir a formação de células tumorais.
Entenda
Polifenóis: são os anticorpos da videira. Ela os produz durante o crescimento e, quanto mais estresse tiver, mais polifenóis produzirá. É por isso que os orgânicos contêm mais desses compostos, pois eles sofrem mais e não têm agrotóxicos para os defender. Eles se concentram na casca e nas sementes das uvas.
Radicais livres: são moléculas instáveis, capazes de reagir com estruturas celulares do corpo, que buscam uma forma de se estabilizar. Nessa busca pelo equilíbrio, acabam destruindo as células. A biomédica Caroline Dani lembra que os radicais livres têm papel importante no nosso corpo e são produzidos por processos fisiológicos. Contudo, por vezes, o corpo produz mais do que consegue dar conta, o que causa desequilíbrio. Isso gera o estresse oxidativo, que é combatido por antioxidantes exógenos.
Antioxidantes: são os elementos que combatem os radicais livres. São provenientes da alimentação.