Crianças que comem peixe ao menos uma vez por semana dormem melhor e têm QI maior do que as que consomem o alimento com menos frequência, garante um novo estudo realizado na Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos.
Pesquisas prévias já haviam citado a relação entre o ômega-3 com a melhora da inteligência e um sono de maior qualidade, mas nunca esses três fatores estiveram conectados em um trabalho. Segundo o estudo, publicado na revista acadêmica Scientific Reports, o sono funcionaria como um possível elo entre o consumo de peixe e o aumento da inteligência.
O trabalho contou com a participação de 541 crianças entre nove e 11 anos que responderam a um questionário sobre a frequência com que consumiram peixe no mês anterior à pesquisa. As opções iam de "nunca" a "pelo menos uma vez por semana".
Também foi realizado um teste de QI que examinava as habilidades verbais e não-verbais dos participantes.
Os familiares também responderam a questões sobre a qualidade do sono das crianças, com questões que abordavam, entre outros pontos, a frequência com que elas acordavam durante a noite.
Os resultados dos testes apontaram que os participantes que comiam peixe frequentemente tiveram desempenho médio 4,8 pontos superior nos exames de QI em relação às crianças que raramente ou nunca ingeriam o alimento.
— Isso evidencia que o consumo de peixe traz reais benefícios à saúde e deveria ser mais anunciado e promovido — diz a diretora-executiva do Penn's Center for Public Health Initiatives, Jennifer Pinto-Martin.
A pesquisadora defende que o consumo do alimento deveria ser introduzido na dieta das crianças logo cedo, já a partir dos 10 meses de vida. Assim, explica Pinto-Martin, o sabor da comida se tornaria mais palatável, facilitando a aceitação dos pequenos.
— Inserir o peixe na dieta desde cedo pode ser muito mais fácil do que ter de cutucar as crianças para elas irem à cama. Se o peixe melhora o sono, ótimo. Se também melhora o desempenho cognitivo – como já vimos aqui –, ainda melhor. É um duplo sucesso — sentencia o professor Adrian Raine, autor do estudo juntamente com Jianghong Liu e Alexandra Hanlon.