Os médicos ligados ao Grupo de Apoio à Medicina Preventiva e à Saúde Pública (Gamp) decidiram em assembleia seguirem com a restrição nos atendimentos no Hospital de Pronto Socorro de Canoas (HPSC) e nas UPAS Caçapava e Rio Branco. Apenas pacientes considerados de urgência e emergência seguirão recebendo atendimento.
Paralisados desde 26 de dezembro, os profissionais querem chamar a atenção da população e dos órgãos públicos para o que profissionais identificam como más condições de trabalho nestes locais _ as unidades estariam com restrições de materiais e medicamentos fundamentais para o atendimento e, ainda, há atraso de pelo menos cinco meses nos salários dos médicos não-celetistas. Eles pretendiam voltar à normalidade no trabalho nesta quinta-feira. Porém, segundo o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), as negociações entre o Gamp e os médicos não avançaram. No período da mobilização, apenas 30% dos médicos ficarão disponíveis para situações consideradas graves. No Hospital de Pronto Socorro de Canoas são prestados cerca de 8 mil atendimentos mensais. Na UPA Caçapava, em média 3,8 mil, e na Rio Branco, aproximadamente 5,5 mil.
O alerta do Sindicato para a busca de outras unidades também segue valendo para os outros 147 municípios que encaminham seus enfermos para as unidades de saúde de Canoas. No próximo dia 11, os profissionais farão uma nova assembleia para definirem os rumos da mobilização.
Respostas
Por meio de nota, o Gamp informou que os atrasos nos salários dos médicos ocorre porque há dois meses o Estado não repassa os recursos para manutenção dos serviços de saúde em Canoas. A nota ainda diz que "o Gamp segue em diálogo permanente com os governos municipal e estadual, a fim de sanar as dificuldades relacionadas ao pagamento dos salários de médicos".
Por meio da assessoria de imprensa, a Secretaria Estadual da Saúde informou que "hoje, a dívida com o Gamp é de R$ 4 milhões, referente a orçamentação de outubro. O pagamento da dívida deve ocorrer nos próximos dias".