Começou nesta quarta-feira (11) uma nova greve de médicos na rede pública de saúde de Bento Gonçalves, motivada pelo atraso no pagamento de salários. A paralisação prejudica o atendimento em, pelo menos, oito Unidades Básicas de Saúde (UBSs), conforme a Secretaria da Saúde. O município tem 23 postos de saúde. Na UPA, os casos de urgência e emergência são atendidos.
Segundo o presidente do Sindicato dos Médicos da região, Marlonei dos Santos, a paralisação envolve os 105 profissionais que atuam em sistema de rodízio para garantir esse atendimento. A orientação é que os pacientes com consultas agendadas entrem em contato com a UBS para verificar como está o funcionamento. Os demais profissionais, como enfermeiros, trabalham normalmente.
Os médicos em greve são contratados pela Fundação Araucária, terceirizada pela prefeitura para fornecer funcionários para a rede municipal de saúde. O secretário da Saúde, Diogo Siqueira, admite atrasos no pagamento por causa da falta de repasses do Estado e da União, mas afirma que exite um esforço para regularizar a situação.
Conforme a secretaria de Finanças, o Estado deve R$ 6 milhões para a administração municipal. A Secretaria Estadual da Saúde não retornou ao contato da reportagem para confirmar o valor. A União está com valores regularizados desde outubro quando a UPA foi credenciada, afirma a secretária Mariana Largura. Segundo ela, o que existe é o questionamento sobre os recursos retroativos ao período que a Unidade esteve em funcionamento sem o credenciamento, entre junho de 2015 e outubro de 2016.
A dívida com a Fundação Araucária é de R$ 3,5 milhões, conforme a prefeitura. A reportagem não conseguiu contato com a empresa na manhã desta quarta-feira.
Em dezembro, os médicos já tinham feito uma paralisação por causa do atraso no pagamento dos salários.