Apenas três dos 18 imóveis da prefeitura de Porto Alegre que foram a leilão nesta sexta-feira (28) tiveram interessados. Justamente os itens com menor valor de avaliação receberam os lances: dois apartamentos, um no bairro Camaquã e outro no Centro Histórico, e um terreno de 825 metros quadrados no bairro Medianeira. Já imóveis milionários, como terrenos, não tiveram interessados (veja abaixo).
O primeiro apartamento listado foi arrematado com um lance único de R$ 83,1 mil — R$ 100 a mais do que o valor avaliado. O imóvel fica na Travessa Escobar, número 554, na zona sul da Capital. Com 40 metros quadrados, o espaço conta com um dormitório, sala de estar, banheiro social, cozinha e área de serviço, além de uma vaga de estacionamento rotativa.
O outro apartamento arrematado fica na Rua Duque de Caxias, perto da orla do Guaíba. Este foi mais disputado. O vencedor ofereceu pagar R$ 115,2 mil — R$ 2,2 mil a mais do que o valor de avaliação. Apesar da boa localização, a moradia é pequena, de apenas 24 metros quadrados, e precisa ser reformada.
Por fim, um terreno na Rua Mariano de Matos, número 724, foi arrematado por R$ 200,1 mil — também R$ 100 a mais do que o valor de avaliação. O local estava sendo usado como um estacionamento.
Agora, a documentação encaminhada pelos vencedores será analisada pelo leiloeiro. Se aprovadas, os pagamentos poderão ser feitos em até 12 parcelas sem juros.
Sem intressados
Os 15 imóveis que sobraram farão parte de um novo leilão, que não tem data marcada. Entre eles, está um terreno de R$ 8,1 milhões, na Rua Carlos Von Koseritz, no bairro São João. Dentro da área, há um galpão industrial composto por dois pavilhões interligados lateralmente por aberturas em suas paredes internas.
Também entraram no pregão um terreno de R$ 4,9 milhões na Vila Nova e outro, avaliado em R$ 4,6 milhões, no bairro Praia de Belas.

A prefeitura não diz se haverá reajuste nos valores. Sobre a baixa procura, o diretor-geral de Gestão do Patrimônio de Porto Alegre, Tomás Holmer, justifica:
— O mercado imobiliário dos grandes negócios está um pouco lento neste início de ano, com juro alto, desconfiança do governo federal. Tudo isso reflete na compra de terrenos mais caros — avalia Holmer.
O certame ocorreu às 9h, no Portal de Compras Públicas. Os valores arrecadados em leilões da prefeitura de Porto Alegre vão para o Fundo Municipal para Restauração, Reforma e Manutenção do Patrimônio (Fun-Patrimônio), do qual saem recursos para melhorias em estruturas que pertencem ao município.