Faz aproximadamente três meses que moradores de algumas regiões de Viamão enfrentam a falta de coleta de lixo e o consequente acúmulo dos resíduos em frente às suas casas. Na tentativa de evitar o mau cheiro e as pragas, algumas pessoas têm optado por enterrar ou queimar o lixo.
Recém-empossado como prefeito, Rafael Bortoletti (PSDB) descreveu a situação como "caótica" e prometeu regularizar o serviço em 10 dias. Ele concedeu entrevista nesta segunda-feira (6) ao Bom Dia Rio Grande, da RBS TV.
— Em 10 dias, a empresa regulariza a coleta. O que é regularizar? É colocar exatamente como estava, os dias que passavam (com o caminhão) em sua casa, voltar a passar. Essa é a minha prioridade como prefeito — afirmou Bortoletti.
Anteriormente, a regularização do serviço já havia sido projetada para 5 de janeiro. No entanto, o prazo foi ampliado para a segunda quinzena do primeiro mês de 2025.
O chefe do Executivo explica que o lixo acumulado em frente às residências dos moradores é resultado de um déficit de seis meses no serviço. Uma rota emergencial, que Bortoletti promete divulgar ainda nesta segunda-feira, foi criada para atender às regiões mais afetadas, como bairros periféricos e da zona rural do município.
Contratada em caráter emergencial em 19 de dezembro de 2024, a Brisa Transporte informou que coletou 2 mil toneladas do material até 31 de dezembro. Segundo a empresa, o número representa mais da metade do habitual recolhido em um mês em Viamão.
Ratos, lixo enterrado e mau cheiro
Os moradores do bairro Augusta Meneguine, visitado pela reportagem nesta segunda-feira, têm se desdobrado para lidar com os resíduos acumulados. Alguns optaram por queimar e enterrar o lixo.
— Tenho queimado o lixo (seco) e aberto buracos para o lixo orgânico. Essa situação está há dois meses — relata Renato Santos, que enfatiza o mau cheiro na rua em que ele mora.
Outra moradora do bairro, Rosa Adriana Lima, revelou que levou o lixo para descartar na casa da filha, em Alvorada, para evitar o acúmulo durante as festividades de Natal. Segundo ela, o caminhão da coleta não passa no Augusta Meneguine há mais de dois meses.
— Tive de levar (o lixo) na minha filha, outra cidade, que aí eles coletam. Estava muito "lixaredo" aqui, não dá para passar o Natal com aquele "lixaredo" na frente de casa — conta.
Elisângela conta que optou por guardar o excesso de lixo nos fundos do pátio, além do material que também queimou. Ela relata que a aparição de ratos, aranhas e baratas tem sido frequente desde o início do problema.
— Depois desse lixo, começou a aparecer bicho de tudo que é lado. Tenho lixo guardado lá nos fundos, que não tem onde botar. Mas tem pessoal deixando na praça, onde as crianças brincam, tem pilhas de lixo ali — afirma.
Operação da prefeitura
Além da promessa de regularizar o serviço em 10 dias, a prefeitura de Viamão destaca que mais de 267 toneladas de lixo têm sido recolhidas diariamente no município. Antes da virada do ano, eram coletadas 160 toneladas.
No último sábado (4), 12 caminhões atuaram regularmente na coleta do lixo. A Secretaria de Obras de Viamão disponibilizou três veículos para auxiliar no serviço e a compra ou aluguel de outros quatro é discutida pelo poder municipal.