Cerca de duas semanas após a contratação emergencial da empresa Brisa Transportes para a realização da coleta de lixo em Viamão, moradores seguem reclamando de lixeiras lotadas e da falta de cobertura do serviço. Operando desde 19 de dezembro, depois de ter sido contratada para suprir a demanda no município, a Brisa Transportes admite ainda estar enfrentando problemas para realizar o trabalho. A empresa, com base em Ijuí, previa estabelecer a normalidade no serviço de coleta a partir do dia 5 de janeiro, mas agora aponta a segunda quinzena de janeiro como novo prazo.
Apesar da expectativa de melhora na coleta com a mudança de prestadora, o prefeito de Viamão, Rafael Bortoletti, ressalta que a nova empresa vem descumprindo o contrato assinado e operando com menos veículos que o combinado, gerando novo acúmulo de lixo. Dos 12 caminhões previstos em contrato, Bortoletti relata que há apenas nove em circulação.
O Executivo Municipal garante que vai colocar veículos à disposição da Brisa para garantir o cumprimento do serviço e evitar uma nova rescisão. Prefeitura e a empresa farão uma reunião nesta sexta-feira (4) a fim de estabelecer novas estratégias para conter o acúmulo.
— Chamamos a empresa e vamos cobrar o cumprimento do contrato com a totalidade dos caminhões. Se for verificado que a empresa não tem condições, vai ser feita uma nova rescisão, uma contratação emergencial e um novo processo licitatório. Essa seria uma medida extrema, que queremos evitar, mas a cidade não pode continuar da forma que está — alega Bortoletti.
A prestadora confirma que teve problemas na manutenção dos veículos e registrou até quatro carros parados simultaneamente por conta da alta demanda do município. A Brisa Transportes ressalta que a quantidade acumulada de lixo exige, em tese, o dobro de veículos e funcionários previstos em licitação, além de mais tempo para a consolidação do serviço. Segundo o diretor-executivo da empresa, Vinícius Cardoso, a grande barreira enfrentada é o acúmulo de resíduos registrado há cinco meses.
— A dificuldade para estabelecer a normalização do serviço de coleta é o rebote do serviço que não foi prestado pela última prestadora, além do período de final de ano, onde se produz mais lixo. Sem dúvida, esse passivo gerado é o nosso maior problema hoje. — observa Cardoso.
A partir do balanço realizado desde o dia 19 de dezembro, a Brisa Transportes afirma ter recolhido 2.180 toneladas de lixo, enquanto a previsão de recolhimento mensal é de 3.700. A prestadora garante que já realizou a cobertura de 100% da área urbana. No entanto, cobriu apenas entre 70% e 80% do perímetro rural da cidade até o momento.
*Produção: Gabriel Dias