O trecho 3 da orla do Guaíba, que concentra a pista de skate e as quadras esportivas, ainda não tem nenhum estabelecimento comercial aberto desde a enchente de maio.
Nesta segunda-feira (4), começaram a ser reconstruídos os banheiros e os espaços que a prefeitura de Porto Alegre aluga para bares.
As obras contam com investimento de R$ 5,2 milhões e fazem parte de plano de contrapartida da empresa Cyrela Goldsztein por três empreendimentos residenciais em Porto Alegre.
A obra tem previsão de término para daqui a seis meses, em abril de 2025. Isso significa que os bares não estarão abertos no verão, que costuma ser a época em que os estabelecimentos têm mais lucro.
A prefeitura ofereceu a possibilidade de que, durante o período de reformas, os bares possam funcionar temporariamente em contêineres na parte de cima da Orla, em frente à Avenida Edvando Pereira Paiva. Até o momento, dois empresários tiveram interesse na proposta e as estruturas devem ser instaladas nos próximos dias.
Banheiros químicos foram instalados como alternativa para frequentadores enquanto as estruturas estão em reforma.
A primeira etapa dos trabalhos é de demolição. Segundo a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade de Porto Alegre (Smamus), o objetivo é substituir as estruturas com materiais mais resistentes aos impactos da água.
Um dos trabalhadores da obra, Rudmar Rodrigues Medeiros, relata que, nos anos de serviço, nunca tinha visto um estrago desse tamanho.
— Espero que seja a primeira e a última vez — diz Medeiros.
Furtos preocupam
Nos seis meses desde a enchente, os espaços ficaram abandonados. Um exemplo disso ocorreu na segunda-feira (4), quando tentativa de furto resultou no desligamento de um disjuntor elétrico, deixando uma parte da Orla sem luz. A insegurança nos últimos meses na região preocupa empresários dos bares.
— Foi tudo saqueado. O pessoal levou fio, levou tomada. O que tinha pra levar de dentro, levaram. As esquadrias de alumínio do ar-condicionado, cabos, canos, tiraram tudo. — relata Leandro da Silva de Oliveira, proprietário do bar Sunset, que tem filiais nos trechos 1 e 3 da Orla.
Segundo a Secretaria Municipal de Segurança de Porto Alegre, a Orla do Guaíba recebe vigilância 24h de uma empresa terceirizada, que aciona a Guarda Municipal quando necessário.
Com todas as quadras liberadas para uso depois da enchente, o movimento no trecho esportivo da Orla vem aumentando. A falta dos estabelecimentos e dos banheiros permanentes é sentida pelos frequentadores do local.
— A gente começa a ficar pouco tempo. Pelo fato de não conseguir usar o banheiro, ter um lugar mais lazer ali pra curtir, tomar alguma coisa — observa Felipe da Silva Demétri, 23 anos.
*Produção: Fernanda Axelrud