A Polícia Civil confirmou que o cachorro da raça American Bully, que atacou a servidora pública Morgana Pias na manhã desta segunda-feira (21), já havia agredido outro cão três meses atrás em parque de Porto Alegre.
Conforme o delegado Vinicius Nahan, assim como durante o ataque a Morgana, o animal de dois anos também estava na coleira e sem focinheira aos cuidados da tutora, uma professora de Educação Física de 35 anos.
— O fato ocorreu no dia 25 de julho, no parque Ararigboia, no bairro Petrópolis. O mesmo cão atacou um outro cachorro menor, que foi ferido, mas sobreviveu — explicou.
Segundo o delegado, na ocasião, a professora de Educação Física foi indiciada por omissão de cautela, mas o procedimento foi arquivado pela Justiça pois a tutora do cachorro que foi vítima do ataque não se manifestou no prazo.
Investigação do caso
A Polícia Civil encerrou nesta terça-feira (22) as oitivas das envolvidas no caso da mulher que foi atacada pelo cachorro quando saía de um edifício no bairro Menino Deus, em Porto Alegre, na segunda-feira (21). Foram ouvidas a tutora do cachorro e a servidora pública de 52 anos que sofreu o ataque.
O caso é investigado como omissão de cautela na guarda de animal e lesão corporal. Conforme o delegado Vinicius Nahan, não há previsão de que mais pessoas deponham no momento, já que as imagens do ataque, que foram capturadas por câmeras de monitoramento do edifício, são consideradas "claras".
Agora, a Polícia Civil aguarda o exame das lesões de Morgana e pretende concluir o inquérito até sexta-feira (25).
Uma lei estadual determina que cães das raças American Pit Bull Terrier, Fila, Rottweiller, Dobermann, Bull Terrier e Dogo Argentino, entre outras raças afins, só podem circular "se conduzidos por pessoas capazes e com guia curta — no máximo 1,5 metros — munida de enforcador de aço e focinheira".
Zero Hora tentou contato com a tutora do animal e ela preferiu não se manifestar. O espaço permanece aberto.
Relembre o caso
Morgana foi atacada quando saía pelo portão do prédio onde mora o namorado, quando uma vizinha se aproximou segurando dois cães pela guia. Um dos animais avançou na perna direita da mulher, chegando a arrasta-lá pelo chão.
O ataque cessou depois que o namorado da vítima interveio. A mulher chegou a ser levada para o Hospital Pronto Socorro (HPS).
Um boletim de ocorrência foi registrado pelo 1º Batalhão da Brigada Militar. Em entrevista à Rádio Gaúcha nesta terça-feira (22), Morgana ressaltou que a tutora teve dificuldade em conter o animal.
— Eu me sinto uma mulher de sorte, poderia ter sido pior. A mordida é o instinto do animal. A pessoa que se propõe a ter esse cachorro precisa saber como parar esse animal que está sob o seu cuidado. Por ela (a tutora) não saber como conter o animal, ele não me soltava — desabafou a servidora pública.
Morgana não teve nenhuma fratura, mas alega ter um ferimento profundo no joelho e hematomas pelo corpo, além de um edema no rosto.
*Produção: Maria Stolting