O recomeço da dragagem na foz do Arroio Dilúvio, em Porto Alegre, já retirou 6,9 mil metros cúbicos de resíduos da água. O material será conduzido para um aterro a partir da próxima semana.
A operação foi retomada em 30 de julho após ficar paralisada por quase três meses em função da enchente. O consórcio SulDrag é responsável pelo serviço.
Segundo o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), até o momento, foram transportados para o aterro quase 90 mil metros cúbicos de resíduos — 49,1 mil no ano passado e outros 40,7 mil em 2024. Tudo foi retirado da região da foz.
Às 11h desta quarta-feira (11), duas dragas realizavam o trabalho junto ao Guaíba, no começo da Avenida Ipiranga. Há um acesso formado por terra para máquinas e caminhões poderem chegar ao ponto das escavações.
— A previsão é de ainda mais seis meses de trabalho, mas precisamos considerar as questões climáticas — afirma a diretora de Operações do Dmae, Isabel Costa.
No encontro do Dilúvio com o Guaíba, a vazão da água diminui, o que acarreta em mais acúmulo de material no fundo. O Dmae estima remover cerca de 135 mil metros cúbicos do trecho até o fim do serviço.
O operador da draga Gilnei Bartez, 46 anos, atua na função desde os 13 anos de idade e já testemunhou serem retirados do Guaíba objetos como bicicletas, chassis de motocicletas e até patinetes de aluguel. Ele tem orgulho da limpeza da qual participa.
— É satisfatório, porque estamos ajudando a desobstruir o Arroio Dilúvio — diz.
Nesta manhã, o bancário aposentado José Carlos, 85, acompanhava a dragagem na foz do arroio. Junto à mureta da Avenida Edvaldo Pereira Paiva, o morador da Capital conta que costuma observar diariamente os trabalhos neste trecho.
— Tudo o que é para melhorar eu acompanho. É importantíssimo fazer a dragagem. Como a água iria passar se não fosse por essa limpeza? — comenta.
Desde 30 de julho, também foram retirados 202 pneus da água no trecho onde a dragagem está sendo executada, a cerca de 500 metros da ponte da Avenida Edvaldo Pereira Paiva.
Saiba mais
O material retirado durante as dragagens forma montanhas — algumas com até sete metros de altura — e aguarda ficar seco até poder ser conduzido por caminhões para aterro situado no bairro Lami.
O espaço de destino na zona sul da Capital possui licença da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) para receber os resíduos formados por terra, lodo e lixo.
Em 2023, também houve interrupção do trabalho entre setembro e novembro por causa das questões climáticas.
A prefeitura já investiu R$ 19,8 milhões na dragagem do Arroio Dilúvio, sendo R$ 7,4 milhões apenas na foz. A última operação de dragagem no trecho ocorreu há mais de uma década.