A enchente de maio danificou a ecobarreira instalada no Arroio Dilúvio, em Porto Alegre. O motor que integra o mecanismo de recolhimento dos resíduos queimou e precisou ser desligado em função da inundação da água, que invadiu em cerca de 30 centímetros o contêiner do equipamento. A troca será realizada nesta quinta-feira (6) pelo Instituto Safeweb, responsável pela criação e manutenção do mecanismo em parceria com a prefeitura.
— Estamos fazendo o recolhimento do material dos resíduos sem a parte automatizada — explica o presidente do Instituto Safeweb, Luiz Carlos Zancanella Junior, dizendo que o motor foi desligado em 5 de maio.
Existe uma gaiola sob o mecanismo, onde o resíduo entra. O motor é utilizado para içar a gaiola até a plataforma na parte de cima. Em torno de 300 quilos por vez são alçados do Dilúvio. Com o motor desligado, um operador remove o lixo manualmente na margem.
Localizada na esquina das avenidas Borges de Medeiros e Ipiranga, no bairro Praia de Belas, a ecobarreira foi instalada no ponto em 30 de março de 2016.
Trata-se de uma importante contenção ecológica para que materiais como pneus, itens plásticos e madeira não cheguem ao Guaíba. Em determinados dias, até uma tonelada de resíduos são retirados dali.
O material recolhido é encaminhado ao Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU). Em seguida, caminhões transportam os resíduos para aterro sanitário em Minas do Leão. Quase 1,5 mil toneladas já foi retirada desde o começo do projeto (confira, abaixo, a quantidade de lixo retirado por ano no trecho).
Neste momento, ainda não se sabe qual o volume de lixo retido na ecobarreira durante o mês da enchente. Mas a quantidade será conhecida até sexta-feira (7).
— Esses resíduos de agora estão sendo recolhidos ainda. Imaginamos que este seja o recorde com certeza, mas o número exato não temos agora. Provavelmente, na sexta teremos esses números — esclarece Luiz Carlos Zancanella Junior.
A ecobarreira funciona a partir de um sistema de boias que represa o lixo e o conduz para uma das margens, onde depois ele é içado. Objetos curiosos já ficaram represados no local, como casaco de pele, aparelho de televisão a tubo, brinquedos de criança e até a cabeça de um manequim.
O diretor-geral do DMLU, Carlos Hundertmarker, avalia a importância da ecobarreira para a cidade.
— Essa ação do Instituto Safeweb, que tem o apoio do DMLU, também nos faz refletir sobre os cuidados que devemos ter com os recursos naturais e o desenvolvimento sustentável, envolvendo toda a sociedade — observa.
Dados de resíduos recolhidos por ano
- 2016: 124.440 quilos
- 2017: 217.260 quilos
- 2018: 139.650 quilos
- 2019: 163.860 quilos
- 2020: 111.600 quilos
- 2021: 103.890 quilos
- 2022: 188.628 quilos
- 2023: 137.610 quilos
- 2024: 38.753 quilos
- Total: 1.225.691 quilos