De uma lista de 309 projetos de reconstrução considerados prioritários pela prefeitura de Porto Alegre para reverter os estragos provocados pela enchente de maio, 30% estão em obras ou já foram entregues até esta quarta-feira (18).
Os dados foram obtidos diretamente do painel digital do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática da Capital, que centraliza e monitora os projetos desenvolvidos por diferentes secretarias municipais. Dois terços do valor estimado em R$ 1,1 bilhão para concluir as melhorias estão garantidos, e o restante deve ser viabilizado por meio de um financiamento de R$ 300 milhões já aprovado pela Câmara Municipal.
Da listagem das iniciativas consideradas mais urgentes pela prefeitura, 69 estão na fase de obras — o equivalente a 22% das ações —, e outras 24 já foram concluídas (8%). Outras 139 estão com contrato assinado e, segundo o titular do Escritório de Reconstrução e da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), Germano Bremm, devem sair do papel nas próximas semanas.
— Deveremos anunciar o início de várias outras obras, e esperamos entregar uma boa parte até o final do ano. Mas cada projeto tem um prazo específico e um grau de complexidade próprio. A elevação de cotas dos diques, por exemplo, está entre as mais complexas — afirma Bremm.
O plano básico de recuperação da cidade se divide em 195 obras de restauro de infraestrutura, como praças, unidades de saúde ou escolas, e 114 obras de proteção contra cheias e de drenagem. Desta fatia dos projetos, 46 já começaram. Entre eles, melhorias no dique do Sarandi, reparos no Muro da Mauá e na casa de bombas 17, no Centro Histórico. Outros 23 estão na fase de projeto básico e 36 de projeto executivo. O restante se encontra em etapas mais incipientes.
Além da lista de obras prioritárias, o Escritório de Reconstrução da Capital acompanha ainda o avanço de ações habitacionais a serem financiadas pelo governo federal e outras 12 iniciativas voltadas à qualificação da prevenção climática no município — cinco de ampliação e adequação da arborização urbana, quatro de monitoramento de riscos, alertas e qualidade do ar, duas de melhorias para proteção contra cheias, além da execução do Plano de Preparação e Mitigação de Desastres Climáticos e da atualização do Plano de Contingência. As iniciativas têm valor previsto de R$ 23 milhões.
Bremm afirma que a Capital dispõe de R$ 724,8 milhões até o momento para custear a recuperação da cidade. Deste recurso, R$ 413 milhões já foram gastos principalmente em intervenções emergenciais.