Com base nos modelos meteorológicos, que preveem a ocorrência de um evento climático extremo a partir da madrugada desta quarta-feira (25), com picos de ventos de até 80km/h e chuva estimado para as 6h desta quinta (26), a CEEE Equatorial se prepara para colocar em prática plano de contenção de ocorrências.
Em entrevista coletiva realizada nesta quarta, o presidente da companhia, Riberto Barbanera, explicou que, como o temporal deve estar restrito à faixa de concessão da empresa — que envolve, além da Capital, outras 71 cidades das regiões Sul, Centro Sul, Campanha, Litoral Norte e Litoral Sul — haverá reforço extraordinário nas equipes.
Ele informa que cerca de 300 profissionais serão integradas ao efetivo de 2 mil pessoas que já atuam nas operações, desde a semana passada, quando os temporais retornaram ao Estado. Esse efetivo será cedido por RGE, duas cooperativas do Estado, Celesc, de Santa Catarina, e outras localidades em que a Equatorial atua, caso de Amapá, Alagoas e Piauí.
A diferença, comenta Barbanera, é que, agora, o temporal ocorrerá na sequência de outros dois incidentes anteriores.
Desde quinta-feira passada (19), vento de 122 km/h atingiu a metade sul do Estado.
Concentrado em Bagé e Pelotas, poupando Rio Grande, mas subindo por Tapes, Pinhal, Mostardas até chegar, com menos força, a Porto Alegre no final da semana, o vento fez com que 223 mil clientes da CEEE tivessem o fornecimento de energia elétrica interrompido.
Segundo o executivo, mesmo que 178 mil ligações tenham sido restabelecidas, até as 18h, ainda havia problemas em 97,5 mil unidades consumidoras.
Além disso, na madrugada de quarta-feira (25), microexplosão atmosférica na região de Canguçu elevou alertas para novos cortes no serviço.
Prioridade de atendimento
De acordo com o presidente da CEEE, se acontecer o pico previsto pelos modelos metrológicos, a prioridade é dada para hospitais, departamento de águas, casa de bombas, unidades de segurança pública, rodoviárias, entre outros serviços públicos essenciais. O atendimento residencial só é feito na sequência. Por isso, acrescenta Barbanera, quando há eventos subsequentes o risco é de que as ocorrências em aberto voltem ao final da fila, o que amplia o tempo de resolução.
— Nossos esforços, e as equipes extraordinárias ajudam nisso, são para diminuir ao máximo esse tempo, mas sabendo das dificuldades — avalia Barbanera, ao dizer que caberá a companhia se adaptar ao novo tipo de clima com o que o Rio Grande do Sul terá de conviver daqui para frente:
— Cabe a nós fazermos essa adaptação e tornarmos a nossa rede mais resiliente.
Mediadas em 2024
Entre as ações elencadas pelo presidente da companhia como complementares ao plano de contingência estão a poda de 19 mil árvores, 15 mil delas em Porto Alegre, e a abertura de 585 hectares nas zonas rurais para ampliar o acesso à rede, além da identificação de 62 mil pontos de provável defeito.
Além disso, neste ano, as equipes foram ampliadas de 4,5 mil profissionais para 7 mil e há investimentos constantes em automação, segundo a CEEE Equatorial.
O destaque é para os chamados religadores, que são capazes de deslocar a carga nos momentos em que isso é necessário.
Dmae monitora funcionamento das casas de bombas
O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) informou que monitora o funcionamento das Estações de Bombeamento de Águas Pluviais (Ebaps) em razão da previsão de chuva forte. Todas as unidades operadas pela prefeitura estão funcionando. Geradores estão instalados nas casas de bombas.
Segundo a prefeitura, durante a madrugada, equipes farão rondas em todas as Ebaps para identificar possíveis gargalos. Além disso, um representante da CEEE Equatorial permanecerá de plantão no Centro de Controle Operacional (CCO) do Dmae. O objetivo é agilizar o restabelecimento dos serviços em caso de oscilação da rede de energia elétrica.