As obras emergenciais no dique da Fiergs, localizado no bairro Sarandi, na zona norte de Porto Alegre, tiveram início nesta sexta-feira (30). A estrutura de contenção de cheia foi insuficiente para impedir que as águas do Rio Gravataí e dos arroios Feijó e Santo Augustinho invadissem a cidade durante a enchente de maio. Os reparos são feitos pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae).
Ao longo desta tarde, a equipe do Dmae realizou trabalhos de descarregamento e posicionamento de pedras-rachão no entorno da estrutura. O objetivo da ação é ampliar a altura do dique para evitar novos transbordos.
— O dique é um dos instrumentos de defesa que fazem parte do sistema de proteção contra cheias. O ponto em que estamos fazendo obras é para impedir o transbordamento do Gravataí, do Santo Augustinho e do Feijó para dentro do bairro — assinala o diretor-geral do Dmae, Maurício Loss.
Atualmente, o dique da Fiergs tem cerca de 4m30cm. Alguns dos pontos da estrutura, localizada nas imediações da Avenida Assis Brasil, ficam dois metros abaixo do previsto pelo projeto elaborado na década de 1960. Para evitar novos episódios como o de maio, a reparação emergencial busca elevar para 5m50cm a altura da proteção, em toda a sua extensão.
A longo prazo, Loss explica que o departamento planeja intervenções definitivas no dique, fazendo com que a estrutura seja elevada até cerca de sete metros.
Além do dique da Fiergs, equipes do Dmae trabalharam nesta tarde na melhoria dos acessos ao do Sarandi. Após essa etapa, a estrutura de proteção poderá ser acessada por máquinas e caminhões para receber reparos.
No dique do Sarandi, que apresentou três pontos de extravasamento em meio a cheia, estão previstos serviços de elevação de nível, além de impermeabilização dos pontos com fuga de água. De acordo com Loss, o começo dessas obras deve ocorrer dentro de 20 dias.
O custo das intervenções em ambos os diques do bairro Sarandi é de R$ 10 milhões, custeados pelo Dmae.
As melhorias integram a primeira fase de correção de falhas estruturais na área, tendo como base os relatórios de topografia contratados. A estimativa é de que os trabalhos se estendam por seis meses.
O bairro
O Sarandi é oficialmente o bairro de Porto Alegre mais atingido pela calamidade de 2024. Conforme o "painel interativo sobre o impacto da cheia do Guaíba", da prefeitura, foram 26.042 pessoas afetadas.