Após a retomada das operações no domingo (7), depois de 66 dias sem funcionamento, usuários do catamarã, no Centro Histórico de Porto Alegre, seguem enfrentando um obstáculo: a interdição do túnel de acesso e saída ao Cais Mauá, que permanece alagado. O trecho, entre as avenidas Portuária e Mauá, registra nível de água próximo aos 20 centímetros de altura, o que impede o uso do caminho.
Devido à interdição do túnel, de aproximadamente cem metros de comprimento, o tempo de deslocamento dos usuários do catamarã aumenta, já que é necessário dar a volta em parte do muro da Mauá para acessar o Centro, ou chamar o serviço de transporte por aplicativo e táxi.
Segundo o gerente de operações do catamarã, João Pedro Wolff, uma empresa contratada pela Trensurb havia feito a drenagem da Estação Mercado, o que impacta na área. Porém, o serviço não continuou. A Catsul, que opera a embarcação, alega que as estruturas são conectadas pelo sistema de drenagem e que cabe à empresa de trens fazer o serviço.
— A gente fez um ofício via Portos RS, mas não houve resposta. Só que logo na sequência, a empresa contratada, que é da Petrobras, veio e fez o serviço. Eles entenderam que o túnel só esvazia quando a Estação Mercado está vazia. A água verteu e, enquanto o sistema elétrico de drenagem não estiver funcionando, há necessidade dessas bombas continuarem sendo ligadas a cada dois dias para tirar a água — pontuou Wolff.
A Trensurb foi procurada e disse que o serviço de drenagem cabe à prefeitura, que, por sua vez, alegou que o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) é responsável pelo sistema de drenagem nas ruas - e não dentro de espaços próprios, sejam eles públicos ou privados. O sistema do túnel e a Estação Mercado não possuem ligação com o trecho, alagado há mais de dois meses, na Rua Voluntários da Pátria, entre os bairros Navegantes e São Geraldo.
Casa de bombas da Trensurb religada nesta semana
A empresa de trens manteve o prazo de religação da casa de bombas que administra para esta semana, mas continua sem estabelecer data. O funcionamento depende da instalação de um gerador e um painel de comando, contratados em caráter emergencial. Uma terceirizada é a responsável pelo serviço.
Segundo a Trensurb, a estrutura foi construída especificamente para drenar a água da chuva no sistema de trilhos, e o funcionamento também é afetado por problemas de drenagem entre os bairros São Geraldo e Navegantes, sistema sob responsabilidade do Dmae.
O Departamento alega que sem o funcionamento da estação de bombeamento da empresa de trens, a capacidade de escoamento de água na região é reduzida, uma vez que o terreno está em nível semelhante ao Guaíba. A autarquia e a Trensurb estão em tratativas para que a casa de bombas passe a ser gerida pela autarquia, após a recuperação da estrutura.
O que diz a Trensurb
Em relação à casa de bombas da Trensurb, gostaríamos de esclarecer que esta foi projetada e construída especificamente para a drenagem das águas pluviais do sistema metroferroviário da Trensurb. Esta funcionalidade está prejudicada justamente por a drenagem do bairro (que é de responsabilidade do DMAE) convergir para área da bacia metroferroviária.
Foram feitas diversas tentativas, juntamente com o apoio da Petrobras, sem êxito, pois com a chuva voltava a alagar e não dava conta do esgotamento. Junto a isso, a falta de manutenção, conservação e vedação dos portões do Muro Mauá (de responsabilidade da Prefeitura de Porto Alegre) dificultam ainda mais todo este trabalho de limpeza e esgotamento.
Com isso, a Trensurb contratou emergencialmente uma empresa que fará a limpeza e o acionamento da casa de bombas. A partir desta semana já estarão iniciando os trabalhos.