O desabastecimento de água que já dura mais de um mês dificulta a limpeza das casas na região das Ilhas de Porto Alegre. A Estação de Tratamento de Água (ETA) localizada na Ilha da Pintada foi destruída durante a enchente, e ainda não há previsão oficial para normalizar a situação.
Zero Hora esteve na Pintada na manhã desta quarta-feira (5) e conversou com moradores que compartilhavam a insatisfação da falta do serviço. Foi possível observar caminhões-pipa do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e da Marinha. Segundo o Dmae, três a quatro caminhões têm circulado pelo bairro Arquipélago diariamente, carregando 8 mil litros de água cada um.
No entanto, os moradores dizem não ser o suficiente para higienizar as residências, que, apesar de secas, seguem com barro e mofo. É o caso da residência de Joel Veloso dos Santos, que chegou a sair de casa e agora está ficando na parte de cima, que não foi atingida.
— Até chega água do caminhão-pipa, mas a gente não tem como guardar. Eu não tenho caixa. Não é o suficiente para tirar essa sujeira — afirma.
Katia Leal, também moradora da ilha, conta que diversas possibilidades têm sido discutidas entre a população e a prefeitura.
— Uma sugestão dada é que poderia jogar a água da rede direto do Jacuí para nossas casas, mas corre o risco de alguém desavisado beber uma água que não é tratada. A gente precisa de água para higienizar nossos fogões, panelas, louças, para fazer alimentos. Essa é a coisa mais importante
Dmae não trabalha com previsões
Moradores e a própria subprefeitura das ilhas afirmam que o diretor Dmae Maurício Loss estimou o retorno da água para o dia 20 de junho. No entanto, à reportagem, o departamento não confirmou a previsão, afirmando se tratar apenas de uma estimativa.
Através da assessoria de imprensa, o Dmae diz evitar trabalhar com datas, e que a está sendo iniciado o trabalho de limpeza da ETA. Uma equipe deve ir ao local ainda nesta quarta para realizar um orçamento do que precisa ser substituído.
A subprefeitura diz ainda estar sendo avaliada a instalação de reservatórios, semelhantes aos colocados em bairros abastecidos pela ETA Moinhos de Vento no mês passado. Até a publicação da reportagem, o Dmae não confirmou a informação.