Passageiros que buscam sair de ônibus de Porto Alegre enfrentam insegurança e dificuldade em comprar passagens na rodoviária, no Centro Histórico. Desde que reabriu em 7 de junho, após a enchente, o terminal está sem energia elétrica na parte das viagens interestaduais, o que afeta o serviço.
Em razão da falta de luz parcial, o terminal tem operado das 6h às 21h, em horário reduzido.
Procurada pela reportagem da RBS TV, a concessionária responsável por administrar o terminal, a Veppo, afirmou em nota que que "a operação tem sido das 6h às 21h por diversos motivos" e que está "buscando segurança a todos que buscam os serviços" (leia a íntegra abaixo).
Já o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer) disse que "está trabalhando, em conjunto com a concessionária Veppo, para restabelecer a operação dos boxes de forma total, retomando aos horários de funcionamento usuais" (veja a nota completa no fim da reportagem).
Segundo análises de viabilidade das empresas responsáveis pelas viagens, o número de horários deve ser ampliado gradativamente, assim como a quantidade de viagens.
É possível verificar e adquirir passagens pelos sites das companhias, online.
"Trabalhamos em pé"
A falta de energia elétrica em parte da rodoviária causa dificuldade tanto para passageiros quanto para trabalhadores que atuam em empresas de transportes. É o caso do vendedor Alexandre Pereira, que diz estar comercializando passagens em pé, fora do guichê.
— Trabalhamos em pé, com celular na mão, vendendo passagem assim. Não temos condições de trabalho — não temos uma tomada pra carregar um notebook, um celular. Nós não temos mesa ou uma cadeira pra sentar — afirma.
— Poderia o órgão competente tentar fazer de uma forma diferente — colocar uma mesa, mas não dessa forma, essa forma é desumana — complementa.
As vendas improvisadas levam passageiros a reclamar, pois encontram dificuldade em encontrar fora do guichê as empresas que vendem passagens interestaduais. O auxiliar de manutenção Jocelino Soares é de Curitiba e só conseguiu encontrar a companhia responsável pelo trajeto após muitas perguntas.
— Você tem que ficar perguntando. Centenas de pessoas tem que ficar perguntando onde que é cá, onde que é lá. Um simples cartaz resolve grande parte do problema — reclama.
À noite, a falta de luz também causa insegurança em parte dos passageiros. Eles optam por ficar em lugares mais iluminados, ainda que distantes do local de embarque. "Eu procuro ficar mais perto das pessoas pra não correr nenhum risco de assalto", diz a autônoma Nicole Brito.
Enchentes paralisaram atividades
A rodoviária de Porto Alegre suspendeu todas as viagens de chegada e saída em 4 de maio. O terminal, que fica às margens do Guaíba, ficou inundado. Para não interromper as viagens, foi montada uma estrutura provisória em um terminal de ônibus urbanos localizado entre as avenidas Antônio de Carvalho e Bento Gonçalves, na Zona Leste.
Nota da Veppo
"A operação tem sido das 6h às 21h por diversos motivos. Mas os principais são a questão da energia elétrica e segurança. Se está combinado com as transportadoras e com o Daer no gerenciamento, sempre buscando segurança a todos que buscam os serviços."
Nota do Daer
"O Daer informa que, tendo em vista o caráter de contingência das operações neste momento, o horário estabelecido para embarque é das 6h às 21h, principalmente por questões de segurança, visto que a energia não está completamente restabelecida, com iluminação apenas no setor em utilização. O desembarque está ocorrendo mesmo após às 21h, já que não é possível garantir com segurança os horários de chegada a Porto Alegre, dadas as condições de tráfego nas rodovias, no momento atual. O Daer está trabalhando, em conjunto com a concessionária Veppo, para restabelecer a operação dos boxes de forma total, retomando aos horários de funcionamento usuais."