A prefeitura de Porto Alegre apresentou, nesta quarta-feira (19), o plano de reconstrução da cidade e anunciou a criação do Escritório de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre. O evento foi realizado no auditório do Tecnopuc, situado na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS).
O plano de proteção contra cheias envolve R$ 510 milhões, para serem aplicados em diques, comportas, casas de bombas e no Muro da Mauá. Os principais parceiros da prefeitura na reconstrução estiveram presentes no evento.
Durante sua fala inicial, o prefeito Sebastião Melo afirmou que não se pode comparar as decisões de governos em relação a uma enchente, porque a de maio foi algo inesperado. Também disse que procurou o Inter para ajudar no mutirão de limpeza.
— Hoje (quarta-feira), fiz um apelo ao presidente do Inter, para que o clube do povo pudesse assumir esse mutirão, já que o Grêmio já auxilia no Humaitá — disse.
Em seguida, o secretário do Meio Ambiente e Urbanismo e Sustentabilidade, Germano Bremm, começou a explicar as etapas do programa de reconstrução (confira abaixo).
— Vemos isso como uma oportunidade de nos reinventar e nos adequar às mudanças climáticas. O que está acontecendo no RS nos fez antecipar — compartilhou.
Enchente histórica
No dia 2 de maio, quando o nível do Guaíba subiu sem parar e ultrapassou a cota de inundação calculada em três metros no Centro Histórico, a água cobriu o piso do Cais Mauá. Por meio de frestas em comportas, através de diques de contenção e por dentro da canalização pluvial, que inverteu o sentido e passou a jorrar água dentro da cidade em vez de drená-la.
A partir do dia 3, a água avançou sobre Porto Alegre. Na Zona Norte, o Guaíba extravasou do leito e começou a encher rua após rua. Uma imagem de satélite obtida no dia 7 de maio revelou quão profundamente o lago penetrou na malha urbana: a enchente cruzou por uma, duas, três quadras e assim sucessivamente, até somar 30 quarteirões e cerca de quatro quilômetros desde a margem.
O Rio Gravataí e arroios próximos confluíram para a região, transformando bairros em zonas tomadas de água. Mais ao sul, no Centro, na Cidade Baixa e no Menino Deus, a população fugia a pé, de carro e em embarcações que se tornaram a única forma de percorrer as ruas convertidas em rios.