Após a água começar a baixar em Eldorado do Sul, na Região Metropolitana, revelou-se o cenário de devastação em todo o município. A cidade ainda tem regiões inundadas. Onde o nível da água diminuiu, resta um misto de entulho e lixo que foram arrastados pela cheia.
— Já retiramos mais de 70 toneladas de entulho e ainda tem muito trabalho. Precisamos de ajuda das autoridades e de quem possua caminhões para carregar todo esse material — alerta o secretário de Planejamento do município, Josimar Carvalho.
Ainda há bairros inundados mais próximos do Rio Jacuí, como Cidade Verde, Vila da Paz, Chácara e Sans Souci. Cerca de 20 mil pessoas seguem desalojadas e 460 estão nos oito abrigos da prefeitura.
Um dos bairros mais afetados foi o Itaí, na parte sul do município. Por lá, o acesso por terra foi comprometido, com asfalto arrancado e ruas inundadas. Nos últimos dias, só era possível chegar ao local de barco. Agora, com muita dificuldade, já é possível chegar a parte da região a pé.
Com o tempo seco desta quarta-feira (22), muitos moradores retornaram para conferir os estragos em suas casas e iniciar, onde possível, o processo de limpeza. Esse foi o caso do soldador Derly Simões Filho, 58 anos, que se deparou com um lar irreconhecível.
— Tem coisas de muitos anos aqui. Nem os documentos deu pra pegar. Agora, não dá nem pra saber o que é cada coisa — lamenta ele, mexendo nos itens retirados da casa, cobertos pela água e pelo barro.
O município pede por doações de cestas básicas, materiais de limpeza e higiene pessoal, cobertores, roupas de cama, toalhas e isotônico. São dois pontos de coleta atualmente, que funcionam de segunda a sexta-feira, das 8h até as 17h30min:
- em Eldorado do Sul, na Dinon Logística;
- em Porto Alegre, no clube Itapeva, na Rua Avaré, 90.
O gabinete de crise da prefeitura estabeleceu frentes em cada região para avaliar os estragos e oferecer auxílio aos moradores. A partir deste trabalho, serão contabilizados os danos.