Não faltará combustível na Capital, segundo o presidente do Sulpetro/RS, João Carlos Dal'Aqua. A "demanda excessiva", entretanto, levou alguns postos a ficarem desabastecidos. Na tarde desta sexta-feira, o medo de ficar sem gasolina em meio à inundação por conta da chuva provocou filas nos postos de combustíveis de Porto Alegre. Muitos funcionários relataram que só viram movimento parecido na época da greve dos caminhoneiros, em 2018.
No Ecoposto, na esquina da Avenida Ipiranga com a Erico Verissimo, o número de veículos aguardando para abastecer causou um certo trânsito próximo à sinaleira. Funcionários do local afirmaram que a venda estava sendo o dobro do que a realidade nos dias normais, mas garantiram que não havia chance de desabastecimento.
O cenário era diferente no posto em frente à esquina da Rua 24 de Outubro com a Rua Plínio Brasil Milano, onde também havia uma fila significativa de carros. Segundo o funcionário Fernando Fogaça Ramos, havia chance do combustível acabar: não tinha mais gasolina aditivada, apenas 5 mil litros da comum no estabelecimento, sem previsão de entrega das companhias de abastecimento.
Pela Avenida Carlos Gomes, alguns postos de combustíveis com preços mais altos estavam mais tranquilos. Já em um localizado na esquina da Rua Professor Cristiano Fischer com a Avenida Ipiranga, a supervisora comercial Luciana Dias relatou que o local teve aumento de procura pela manhã, com a maioria das pessoas buscando encher o tanque, e não havia previsão de fornecimento.
Questionados, muitos dos motoristas disseram que o motivo que os levavam aos postos não tinha a ver com a situação de Porto Alegre — "Eu já estava no vermelho", "É início de mês" e "Preciso do carro para trabalhar" foram algumas das justificativas.
Não haverá desabastecimento
O presidente do Sulpetro/RS, João Carlos Dal'Aqua, pede que as pessoas mantenham a calma.
— O que está acontecendo é que está havendo uma demanda excessiva em Porto Alegre. As filas em alguns postos ocasionam uma disrupção, então não tem programação que aguente. Já está muito difícil o carregamento, as bases não estão operando normalmente. Tem produto, mas tem que ter caminhão rodando, tem que ter motorista. Se o consumo continuar elevado, acaba tendo essa dificuldade de fornecimento. Mas não por falta de produto nas bases — afirmou.
De acordo com Dal’Aqua, Porto Alegre tem condições de abastecer, mas cada posto tem realidades diferentes.
— Não sei se aquele posto tem condições de repor o estoque por uma questão financeira ou contratual. Mas não vai ter um desabastecimento em Porto Alegre de maneira nenhuma — reforçou.