O elo entre humanos e pets não desaparece nem em situações extremas. Pelo contrário, precisa se fortalecer. As ações de resgate e acolhimento durante as cheias que atingem o Rio Grande do Sul provam que os amigos de quatro patas também sofrem e, igualmente, necessitam de ajuda.
Em Porto Alegre, até a tarde desta sexta-feira (3), mais de 50 pets estavam nos espaços provisórios destinados a receber desabrigados, segundo a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) — eram 47 no ginásio da Brigada Militar, na Avenida Coronel Aparício Borges, e outros quatro no abrigo Padre Leonardi, na Restinga.
Por outro lado, há os animais que não conseguem acompanhar os tutores no meio da crise. Em Alvorada, na Região Metropolitana, ao menos cem cães foram resgatados de um abrigo durante a inundação do Arroio Feijó. O local, no bairro Americana, era mantido por José Santos, protetor independente.
Depois de pedir ajuda, o responsável pelos animais conseguiu viabilizar o socorro junto a um grupo de mulheres protetoras cadastradas na prefeitura de Porto Alegre, além de contar com o auxílio de voluntários de uma clínica veterinária. Os cães foram levados em uma van e um caminhão até uma casa disponibilizada na zona sul de Porto Alegre, onde ficarão até a casa de Santos ter condições de acolhê-los novamente.
Na região das ilhas, a primeira a ser atingida pela água do Guaíba na Capital, houve casos de animais isolados até em tetos de casas, no instinto de permanecer longe da água. Contudo, há os que arriscam a fuga.
Em Montenegro, no Vale do Caí, um cão que estava preso no pátio de uma casa alagada conseguiu sair através da cerca de madeira. Ele nadou até ser resgatado pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
A orientação das autoridades é para que tutores não mantenham os animais presos, principalmente nas áreas de risco de alagamento. Entre os cuidados, a recomendação é para que, quando possível, os animais não entrem em contato com a água das enchentes para evitar a contaminação por doenças.