Motoristas que utilizaram a BR-116 nos últimos dias entre São Leopoldo e Canoas enfrentaram problemas para trafegar. Pequenas pedras, formadas por detritos de obras, se acumularam no asfalto, aumentando o risco de acidentes, problemas nos veículos e o congestionamento.
Com os materiais soltos, os condutores são obrigados a reduzir a velocidade, agravando a lentidão. Caso contrário, há o risco de acidentes. Em muitos casos, as pedras acabam atingindo o vidro dos carros. Foi o que ocorreu com o técnico em segurança Joniel da Silva Lopes. Ele utiliza diariamente a BR-116 para fazer o deslocamento de São Leopoldo a Canoas. Quando passava por Sapucaia do Sul, viu seu para-brisa ser danificado.
— Senti que uma pedra bateu no para-brisa do meu veículo, nada notei no momento, mas depois, parei pra verificar, quando me deparei com uma pequena trinca, que com certeza deve ter sido pela pedra que me atingiu anteriormente. E o prejuízo, como fica, a quem recorrer? As obras são necessárias, eu entendo e aprovo, porém, a forma como são conduzidas é que me deixa extremamente preocupado — afirma. Outros vários relatos como esse foram constatados por ouvintes da Rádio Gaúcha.
O Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) reconhece que o problema tem relação com as obras no asfalto. O órgão aponta que, desde fevereiro, foram intensificados os trabalhos durante a noite e a madrugada. Porém, com as baixas temperaturas nesse período, o asfalto acaba desgrudando, e soltando os detritos.
Uma alternativa buscada pelo departamento é retomar as intervenções durante o dia, em que as temperaturas aumentam com a presença do sol. No entanto, o plano tem uma outra consequência: o aumento da lentidão em horários de pico.
Na manhã desta quinta-feira (7), uma obra de recapeamento no asfalto causou o bloqueio na alça de acesso da BR-116 para a freeway em Porto Alegre. O trabalho provocou cerca de seis quilômetros de lentidão desde Canoas, entre a Refinaria Alberto Pasqualini (Refap) e a estação Fátima, da Trensurb.
Como cobrar pelo prejuízo
Quando for constatado um prejuízo causado pelos detritos de obras, o condutor pode acionar o DNIT para cobrir o dano. A ação, no entanto, pode resultar em um processo judicial.
Quando o problema for causado por alguma carga de caminhão, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) deve ser acionada. Se a derrubada da carga for constatada pelos policiais, o caminhoneiro será multado. A infração é considerada grave.