As obras que poderão resolver um dos principais gargalos da BR-116, no Vale do Sinos, devem levar mais alguns meses até a conclusão. Anteriormente, a previsão de conclusão era para o fim de 2023, porém, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) estendeu o prazo. O órgão alegou que as fortes chuvas que atingiram o Estado teriam prejudicado o andamento dos trabalhos em São Leopoldo. Na região ocorrem as obras de duplicação da ponte sobre o Rio dos Sinos, a implantação de uma terceira faixa e a nova interseção da BR-116 com a RS-240, na Scharlau, com a construção de dois viadutos.
Nesta quinta-feira (8), questionado novamente, o DNIT comunicou que a conclusão novo do viaduto da Scharlau está prevista para o primeiro semestre deste ano, mas não especificou o mês em que isso deve ocorrer. A GZH, em outubro de 2023, o DNIT chegou a informar que o viaduto ficaria pronto em março, mas desta vez se limitou apenas a falar o semestre. Conforme o departamento, o contrato para as obras na BR-116 prevê cerca de 13 intervenções em toda a rodovia, entre Porto Alegre e Novo Hamburgo.
Sobre a duplicação da ponte sobre o Rio dos Sinos, o DNIT informa que realiza obras de contenção dos taludes no local, cuja previsão de conclusão também é neste primeiro semestre.
De acordo com a autarquia, também estão em execução os serviços no canteiro central para implantação da terceira faixa, desde a ponte do Rio dos Sinos até o viaduto da Scharlau. Este serviço está 85% concluído. Também ocorrem as obras dos novos viadutos da interseção da BR-116 com a RS-240, na Scharlau, trabalho que já foi 80% realizado. Além disso, são feitos serviços de drenagem e pavimentação das ruas do entorno e serviços de implantação de terceira faixa. Ainda segundo o DNIT, há outros serviços em execução, como a realização de muros de terra armada no viaduto da RS-240 e de barreiras new jersey no canteiro central em São Leopoldo. “Em 2023, o DNIT investiu R$ 99,3 milhões em melhorias nesse empreendimento da BR-116 no Rio Grande do Sul”, informou o Departamento em nota.
Mais mobilidade, logística e segurança
Para o prefeito de São Leopoldo, Ary Vanazzi, a obra da BR-116 é fundamental para a cidade e para as regiões Metropolitana e do Vale do Sinos.
— Vai melhorar a mobilidade viária que hoje é bastante prejudicada. A rodovia é um dos principais elos entre municípios no Estado e também com todo o país. E com a trafegabilidade melhorada, são beneficiados motoristas locais e milhares de transportadores de cargas.
Vanazzi enfatiza que espera mais mobilidade, logística e um trânsito mais seguro com a conclusão dos trabalhos.
— Se cumprido o calendário, em breve estaremos comemorando esta importante obra — finaliza.
“Tranqueira”
O motoboy Guilherme de Moura, 32 anos, utiliza a BR-116 diariamente para trabalhar. Ele relata que observa os congestionamentos na via há mais de 10 anos, problema que vem aumentando gradualmente.
— O horário de pico, das 7h às 8h30min, e depois ao meio-dia, são os piores horários. No final da tarde também é uma tranqueira jamais vista — conta, reiterando que leva cerca de 30 minutos até Porto Alegre, mas se o trânsito está parado, chega a demorar uma hora para ir até a Capital.
O casal José Keller, 59, e Rosi Keller, 49, são donos de um estabelecimento na Rua da Praia, sob a ponte do Rio dos Sinos.
— Ficamos mais aqui, mas acompanhamos o movimento de carros e é uma loucura. Os horários de pico são os piores — diz Keller.
Eles confirmam que o fluxo de veículos é intenso e que a obra deve melhorar os problemas de congestionamento, porém, reclamam que, quando chove, a terra da obra acaba caindo e chegando até o negócio deles.
— Desce barro, nas enchentes do ano passado meus móveis ficaram todos com esse barro vermelho. Eles tinham que fazer uma contenção aqui — acrescenta Rosi.
O DNIT informou que o transtorno deve acabar assim que finalizadas as obras da ponte.
O andamento das obras
- 85% - Serviços no canteiro central para implantação da terceira faixa, desde a ponte do Rio dos Sinos até o viaduto da Scharlau
- 80% - Obras do viaduto sobre a RS-240 e viaduto paralelo sentido Novo Hamburgo – Porto Alegre
- 65% - Serviços de drenagem e pavimentação das ruas do entorno do viaduto da Scharlau
- 20% - Serviços de implantação da terceira faixa, no canteiro central da rodovia, entre o viaduto da Scharlau até Novo Hamburgo