A Acadêmicos de Gravataí foi a grande vencedora entre as escolas da série Ouro do Carnaval de Porto Alegre, com 239,9 pontos. Em segundo lugar, ficou a Estado Maior da Restinga, com 239,8 pontos, e, em terceiro, a Imperadores do Samba, com 239,6. Realeza ficou em décimo lugar e ano que vem desfila na série Prata.
Os desfiles ocorreram no último final de semana, no Complexo Cultural do Porto Seco, na zona norte da Capital. Pelos cálculos dos organizadores, o público, nas duas noites de desfiles, foi de cerca de 50 mil pessoas.
A escola foi a primeira de fora de Porto Alegre a se consagrar campeã da Série Ouro. E a premiação aconteceu justamente no dia em que a escola faz aniversário: a fundação da Acadêmicos de Gravataí foi em 26 de fevereiro de 1961,ou seja, há exatos 63 anos.
— O coração está a mil, a escola faz hoje 63 anos, a escola foi fundada em 26 de fevereiro de 1961. Então, o Carnaval foi mágico para nós, porque a gente fez, do início ao fim, tudo pensando em ser campeão. A gente se preparou para isso, se organizou para isso, para findar hoje, no dia 26, e dar esse presente para a nossa comunidade — disse Anderson Nascimento, presidente da Acadêmicos da Gravataí.
A Acadêmicos de Gravataí entrou na passarela Carlos Alberto Barcellos Roxo com o enredo A Trupe da Onça Negra Apresenta: no Palco da Fantasia Entra em Cena a Commedia Dell'Arte. Forma inicial de teatro profissional originária da Itália ainda na idade média, a Commedia Dell'Arte ajudou a abrir caminhos para a exploração da linguagem cômica.
— Ainda não (caiu a ficha). A gente estava contando, olhando os pontos ali e esperando. A gente trabalhou bastante, a gente trabalhou o ano inteiro para que isso acontecesse e a gente esperou até o final para ser campeão — disse Nascimento.
— A escola nunca foi campeã. Nunca tivemos uma escola da Região Metropolitana campeã, e hoje a gente está mostrando que a Região Metropolitana também pode ser campeã — acrescentou o presidente.
Os 32 jurados avaliaram oito quesitos: bateria, samba-enredo, harmonia, tema-enredo, fantasias, alegorias, evolução e mestre-sala e porta-bandeira.
Veja as notas finais
- Acadêmicos de Gravataí: 239,9
- Estado Maior da Restinga: 239,8
- Imperadores do Samba: 239,6
- Unidos de Vila Isabel: 239,5
- Bambas da Orgia: 239,4
- Fidalgos e Aristocratas: 239,1
- Imperatriz Dona Leopoldina: 238,9
- Copacabana: 238,5
- União da Vila do IAPI: 237,7
- Realeza: 236,9
Série Prata
A escola Império do Sol, que tratou o tema do bicentenário da imigração em São Leopoldo, venceu a Série Prata, com 238,9 pontos, e assim ascende à série Ouro para o desfile de 2025. Em segundo lugar, ficou a União da Tinga, e, em terceiro, a Vila Mapa.
— Foi uma grande vitória. Um esforço muito grande da comunidade, principalmente das pessoas que moram no entorno do Porto Seco, que foram a nossa mão de obra. A Império do Sol constrói 100% do seu Carnaval aqui, não compra nada de forma — destacou o presidente da escola, Alzemiro Jacintho da Silva, acrescentando:
— Acho merecido. As pessoas precisam sentir esse orgulho de ter feito um trabalho que foi reconhecido pelos jurados. É gratificante, uma felicidade só.
Como foi o desfile da Acadêmicos de Gravataí
Confetes na passarela comemoraram a passagem da Acadêmicos de Gravataí. A era medieval deu as caras logo no carro abre-alas, que chegou de forma imponente com um enorme dragão. A alegoria também apresentava um castelo, acoplado, com integrantes representando o triangulo amoroso vivido pelos clássicos Colombina, Pedrolino e Arlequim em meio aos festejos da realeza.
Além do figurino colorido de seus personagens, a Commedia Dell'Arte possuía outra característica muito peculiar: o uso de máscaras, que também apareceram em peso ao longo do desfile. Dois membros da escola cruzaram a Avenida inteira em pernas de pau.
