A falta de luz em Porto Alegre desde a noite de terça-feira (16) tem mobilizado a população da Capital. Moradores de diferentes regiões estão realizando protestos pedindo o retorno da energia elétrica, da água e da internet. Ao menos 10 manifestações foram feitas na cidade entre quarta (17) e esta quinta-feira (18).
Nesta tarde, os protestos ocorreram na Vila Cruzeiro e na Avenida A.J. Renner. Na Zona Sul, cerca de 50 moradores se reuniram no cruzamento da Avenida Cruzeiro com a Rua Neves. A manifestação foi encerrada com a promessa do Dmae de que um caminhão-pipa estava sendo deslocado para a região. Na Zona Norte, manifestantes colocaram fogo em pneus e detritos na A.J Renner, próximo à Dona Teodora. A Brigada Militar esteve no local para ajudar a conter as chamas. A maniefstação também foi encerrada por volta das 15h30min.
Pela manhã, pessoas que vivem nos bairros Rubem Berta e Sarandi, na Zona Norte, fecharam a Avenida Dante Ângelo Pilla com galhos de árvores. O trânsito foi bloqueado nos dois sentidos na rótula da Rua Silvestre Félix Rodrigues, impedindo a passagem em direção à Avenida Baltazar de Oliveira Garcia. A Brigada Militar esteve no local para negociar com os manifestantes a reabertura parcial da via.
Dezenas de moradores estiveram presentes, por volta das 10h, cobrando soluções da CEEE Equatorial. Alguns moradores alegam impacto na saúde de seus familiares em razão do apagão. A cuidadora Inês Ketzer, 65 anos, afirma que a ausência de energia prejudica diretamente os cuidados com a mãe, que se encontra acamada.
— Ela depende da dieta com refrigeração, ela precisa da luz para cama (elétrica) e para o colchão pneumático. Tu não consegue fazer nada , ela fica olhando pro teto, esperando, eu só digo pra ela: “A luz já vai vir” — lamenta.
Segundo o comandante do Comando de Policiamento da Capital (CPC) da Brigada Militar, coronel Luciano Mortiz, os protestos têm ocorrido em diferentes pontos de Porto Alegre, mas com características semelhantes.
— São sempre manifestações pacíficas, e por uma causa legítima. Eles possuem esse direito, desde que não impeça o direito de ir e vir das pessoas — salienta o coronel.