Esclarecimento: inicialmente, a Tenda divulgou que haveria isenção de condomínio para moradores dos blocos 9, 10, 11 e 12, mas depois atualizou a manifestação, informando isenção da "parcela Tenda". O texto abaixo está atualizado.
Os moradores do condomínio onde houve uma explosão no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre, tomarão conhecimento no próximo sábado (13) das medidas de auxílio às famílias afetadas. Entre elas, está a possibilidade de suspensão de pagamentos à Caixa Econômica Federal e à construtora Tenda.
Um dos encaminhamentos da reunião ocorrida na sede do Ministério Público (MP) do Rio Grande do Sul na tarde de terça-feira (9) envolve a interrupção de cobrança do financiamento por parte da Caixa pelo prazo inicial de seis meses. A proposta foi levada à sede da instituição financeira, em Brasília, a fim de que a decisão seja tomada.
A Caixa informou ainda ter acionado "a seguradora para análise e habilitação da cobertura de sinistro do seguro para os clientes que acionaram o banco".
Já a Tenda Negócios Imobiliários S.A. respondeu a GZH destacando as seguintes iniciativas para auxiliar quem foi afetado:
- Isenção de seis parcelas Tenda para os clientes dos blocos 9 e 10;
- Isenção de três parcelas Tenda para os clientes dos blocos 11 e 12;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial durante seis meses para os blocos 09 e 10, pendente de aprovação em assembleia;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial durante três meses para os blocos 11 e 12, sujeita à aprovação dos moradores;
- Apoio psicológico para os moradores.
Inicialmente, a Tenda divulgou que haveria isenção de condomínio, mas depois atualizou a manifestação, informando isenção da "parcela Tenda", que é um valor pago pelos moradores à construtora.
Atualmente, quatro blocos estão com acesso restrito: o 11 e o 12 podem ser acessados com acompanhamento de equipes da Defesa Civil; já as torres 9 e 10 estão interditadas por tempo indeterminado, sendo que a 10 corre o risco de desmoronamento.
A explosão ocorrida em meio a um vazamento de gás, na madrugada da quinta (4) passada, provocou a morte de uma pessoa e deixou outras oito feridas. Mais de 60 pessoas estão fora de casa.
Município disponibiliza estrutura temporária
Uma das instituições envolvidas nas conversações sobre o Condomínio Alto São Francisco é a prefeitura de Porto Alegre. O secretário de Habitação e Regularização Fundiária, André Machado, ressaltou em conversa com GZH que o poder público municipal está atuando no caso desde que a ocorrência foi registrada.
— A prefeitura não tem uma responsabilidade objetiva, mas tem uma responsabilidade com os cidadãos de Porto Alegre que perderam momentaneamente a sua moradia. A gente está caminhando para, junto com as empresas, chegar a uma solução definitiva, tendo em vista que se trata de um empreendimento privado e, de alguma forma, felizmente, todas as famílias estão em fase de financiamento. Ou seja, todas elas possuem seguro dos seus imóveis — esclareceu.
Entre as demandas feitas ao município na reunião ocorrida na terça-feira está a realização de um levantamento de todas as famílias e o grau de impacto do episódio em cada uma delas. Além disso, está sendo preparada uma ação junto à Secretaria da Saúde para suporte e assistência em saúde física e mental aos moradores.
Um dos órgãos bastante mencionados nos últimos dias é a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc). Inicialmente, as famílias rejeitaram a oferta de pousadas por meio de vagas contratadas pela Fasc. No entanto, existe uma expectativa de que o cenário mude nos próximos dias.
— Com a postura tanto da Caixa Econômica Federal quanto da Tenda na reunião de ontem, se encaminha uma solução para que as famílias possam, através dos próprios recursos, que deixarão de ser cobrados, garantir o pagamento de um aluguel no período que for necessário. Ou seja, o período de permanência nas pousadas, que num primeiro momento seria indefinido, passará a ser temporário — comentou Machado, que ressalta a liberdade das pessoas em optar ou não pela oferta apresentada.
Nota completa enviada pela Caixa Econômica Federal
A CAIXA informa que o Residencial Alto São Francisco, localizado em Porto Alegre (RS), foi contratado e entregue pela Construtora Tenda, responsável pela execução e entrega das unidades, tendo a CAIXA atuado na condição de agente financeiro da operação.
Diante da ocorrência de incêndio, a CAIXA acionou a seguradora para análise e habilitação da cobertura de sinistro do seguro, para os clientes que acionaram o banco, e avalia outras providências relacionadas à manutenção do contrato de financiamento.
Nota completa enviada pela construtora Tenda:
A Construtora Tenda ressalta que não foram apurados quaisquer indícios de problemas relacionados à execução da obra do condomínio Alto São Francisco, em Porto Alegre, tendo sido o fogão de um morador a possível causa do incidente. Apesar disso, a empresa está empenhada em atuar solidariamente e tem implementado medidas de apoio à comunidade, neste momento particularmente desafiador. As iniciativas voluntárias da empresa para auxiliar os moradores afetados são as seguintes:
- Isenção de seis parcelas Tenda para os clientes dos blocos 9 e 10;
- Isenção de três parcelas Tenda para os clientes dos blocos 11 e 12;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial durante seis meses para os blocos 09 e 10, pendente de aprovação em assembleia;
- Proposta de pagamento de metade da taxa condominial durante três meses para os blocos 11 e 12, sujeita à aprovação dos moradores;
- Apoio psicológico para os moradores.
Adicionalmente, em coordenação com a Prefeitura de Porto Alegre, já foram realizadas doações de alimentos, itens de higiene, água, fraldas, cobertores e roupas, todas executadas sem alarde, evidenciando o entendimento de que ações práticas de humanidade têm mais relevância do que o reconhecimento.
A construtora continua firme em seu compromisso de trabalhar em colaboração com todas as partes envolvidas em nome da solidariedade.