O prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, fez um chamamento, em rede social, para que a população empreste ou doe motosserras à prefeitura. Na postagem, das 10h30min desta quarta-feira (17), Melo destaca que há a necessidade de retirar centenas de árvores que caíram durante a tempestade.
— São aqueles serviços que o estrago da chuva aconteceu. Por exemplo: caiu um pontilhão, destelhou casas, tenho que comprar telhas. Aliás, estou pedindo doação de telhas, motosserras. Já recebi a manifestação de várias entidades que vão ajudar.
De acordo com levantamento do Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic), pelo menos 200 árvores caíram e os integrantes do gabinete acreditam que o número seja muito maior. Nenhuma dessas árvores estava em praças, ou seja, os vegetais dessas áreas ainda serão contabilizados no decorrer do dia.
Minutos depois, em entrevista à Rádio Gaúcha, Melo confirmou a publicação de um decreto de emergência, acrescentando que a prefeitura precisa de doações e apoio de outros órgãos. Melo conversou com o general Marcelo Lorenzini Zucco sobre a possibilidade. Duas equipes com soldados devem chegar até o fim desta tarde.
— Tivemos um bom exemplo em 2016, quando boa parte da cidade foi assumida pelo Exército, que cortou as árvores e recolheu os galhos — citou Melo, sem detalhar de onde viria o reforço militar.
O prefeito também pediu que a população fique em casa e, em caso de necessidade, acione a prefeitura pelos canais oficiais.
Choque de massas de ar
A tempestade que assustou os porto-alegrenses na noite terça-feira (16) foi resultado de uma violenta combinação de sistemas meteorológicos. Cada vez mais frequente no Rio Grande do Sul, o encontro de uma zona de baixa pressão com uma massa de ar frio espalhou a chuvarada pela Capital, envolta por rajadas de vento perto de 100 quilômetros por hora.
Segundo a Climatempo, o forte calorão dos últimos dias favoreceu a subida de ar para formação de nuvens de chuva, criando uma área de baixa pressão originada na Argentina e no Paraguai. Essa baixa pressão ingressou no Estado pelo sul, em municípios como Santana do Livramento, Dom Pedrito e Pinheiro Machado. Por outro lado, uma frente fria vindo do oeste, na faixa entre Uruguaiana e Bagé, fez o ar quente subir ainda mais, gerando nuvens de grande desenvolvimento vertical envolvidas por fortes correntes de descida.