O governo do Estado entregou a primeira etapa das ações de conservação e restauro do Palácio Piratini, nesta quarta-feira (20), em Porto Alegre. A solenidade ocorreu no salão Negrinho do Pastoreio. Entre as obras estão os 23 murais pintados pelo italiano Aldo Locatelli nas paredes e no teto dos salões Alberto Pasqualini e do próprio Negrinho do Pastoreio.
— Nos momentos mais difíceis de tomada de decisões circulo por aqui para tentar me conectar com a história — revelou o governador Eduardo Leite, dizendo que estabeleceu uma relação afetiva com o Palácio Piratini.
O edifício é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado. Entre algumas das transformações executadas, está a antessala do gabinete do governador, no segundo andar do imóvel. Também foram apresentados o restauro das fachadas sul da Ala Governamental e da Ala Residencial; a restauração dos portões de gradil e das persianas da Ala Residencial; a pintura dos salões dos Espelhos, Banquetes, Oval e dos vestíbulos principais da Ala Governamental; a limpeza dos pisos em pedra portuguesa e mármore de carrara e a reforma de dois banheiros.
Responsável por coordenar os trabalhos, o diretor de Conservação e Memória do Palácio Piratini, Mateus Gomes, elogiou o empenho de todos os envolvidos no processo.
— Apenas no segundo semestre deste ano, nove mil estudantes visitaram o Palácio Piratini, mais os visitantes que agendam visitas — mencionou.
O secretário-chefe da Casa Civil, Artur Lemos, trouxe até a França para o seu pronunciamento:
— Temos que resgatar nosso patriotismo gaúcho e valorizar o que temos aqui. O Palácio Piratini não deve nada ao Palácio de Versalhes.
O Núcleo de Conservação da Memória e do Patrimônio Cultural do Palácio Piratini é composto por arquitetas, engenheiros, conservadoras-restauradora, turismóloga, historiador, comunicadores e estagiários. O trabalho de conservação do prédio ficou sob responsabilidade desses profissionais.
A líder de equipe do Estúdio Sarasá que cuidou da parte do teto e das paredes do salão Negrinho do Pastoreio, Jocelaine Nunes da Silva, estava orgulhosa de participar de trabalho tão significativo. Os funcionários foram homenageados durante o evento e receberam uma placa de agradecimento do governo estadual.
— A importância é saber que eu fiz parte da história, e que a história do Palácio faz parte de mim também — disse.
A venezuelana Gladys Veliz, outra operária do Estúdio Sarasá, expressa sentimento semelhante:
— Foi uma experiência maravilhosa, porque cada detalhe dedicado a esta obra foi muito importante para mim e meus companheiros.
O colega venezuelano David Pereira olhava para o acervo do teto com brilho nos olhos.
— Poder colaborar neste projeto, que está muito bonito, foi importante. Para mim foi especial — reflete.
Além do Estúdio Sarasá, participou a empresa Floresta Arte, Conservação e Restauro, liderada pela restauradora Cristina Ferrony. Na solenidade, houve apresentações de vídeos sobre o que foi feito e show de dança para os presentes.
O investimento foi de R$ 4 milhões, referentes ao primeiro pacote entregue nesta quarta e já finalizado. Em janeiro, deverá começar a reforma do terraço da Ala Residencial e a impermeabilização dos jardins, para combater as infiltrações. Outros sete projetos já estão em andamento no Palácio Piratini. A previsão de conclusão é para 2024.
Árvore simbólica
Durante o evento, foi apresentada a Árvore das Nações, resultado de ação conjunta entre o Palácio Piratini e a Associação do Corpo Consular do Rio Grande do Sul (Accers). A iniciativa busca fortalecer as relações do RS com outros países e estimular a paz entre os diferentes povos que habitam o Estado. Representantes de diversos países e cônsules estiveram presentes e tiraram uma foto juntos em frente à árvore.