Durante o verão, com as férias do trabalho e das aulas, gaúchos correm para o litoral para aproveitar os dias livres. Já outras pessoas aproveitam o momento para ganhar dinheiro. É o caso de Jorami de Figueiredo e de Daniela Pasin. O casal é conhecido no Centro Histórico, em Porto Alegre, como responsável pelo Churros do Tio Jora. Durante a alta temporada, eles se mudam para Capão da Canoa e contam que lá já venderam, em um único dia, mais de 600 churros.
A história do casal foi contada no programa Verão na Gaúcha, da Rádio Gaúcha, no quadro Economia no Verão.
Em Porto Alegre, o casal atua na Rua Uruguai, na esquina com a Rua José Montaury. Eles vendem churros tradicionais, gourmet — que contam com cobertura por cima e acompanhamentos — e espanhóis, que são palitos mais finos acompanhados por pote de doce de leite. Mas os dias no centro da Capital estão contados. Pelo menos durante o verão, quando o casal se muda para Capão da Canoa.
Na cidade do Litoral Norte, o casal trabalha em dois pontos: na Praça Luiz Bassani e na Praça do Mini Golf. Eles contam que vendem em torno de 150 churros por dia. Mas em outros períodos, como antes da pandemia, afirmam que comercializavam em média de 400 unidades. Afirmam, inclusive, que chegaram a vender 600 num dia só na alta temporada.
Trajetória
A trajetória de Tio Jora no mundo dos churros começou na década de 1960. Na época, ele viu no produto uma oportunidade de ganhar dinheiro.
— Eu sou de São Leopoldo e vim para Porto Alegre 1962. Em 1967 eu comecei a trabalhar vendendo rapadura e bala em cinemas aqui no Centro e em portas de colégios — conta.
— Fui em 1973 para Capão vender, em sociedade, pipoca, algodão-doce e maçã do amor. Em 1975 apareceu a oportunidade. Comprei o carrinho e aí que começou (o trabalho) com churros lá em Capão.
Jora voltou para a Capital e passou a trabalhar em outros pontos. Mas no verão seguia indo vender o produto no Litoral. Em 1991 conseguiu com a prefeitura o ponto da Rua Uruguai, na esquina com a José Montaury, onde está até hoje.
Clientes aprovam
Rita de Cássia Conceição conta que trabalha no Centro e conhece o produto do Tio Jora há pelo menos três anos:
— Uma colega minha levou para nós. E eu perguntei: "Onde é que tu arrumou esse churros". Ela disse que era na Uruguai e eu sai atrás.
Ana Raquel Quevedo conta que também é cliente assídua. Atualmente, mora no Centro e conta que sempre que passa pela área onde Tio Jora trabalha não resiste e compra um churros. Durante o último Carnaval, diz que estava em Capão da Canoa e que também aproveitou para se deliciar com o churros.
— Eu morava na Zona Norte e pegava lotação na esquina da Rua Sete de Setembro. É bem pertinho. Passava, sentia o cheirinho e tinha de comprar. Agora eu moro no Centro, então, nos sábados, eu passo e compro.