No aniversário de seis anos, GZH traz histórias de pessoas que foram impactadas por reportagens publicadas no jornal digital. Uma dessas reportagens teve como protagonista Jorami de Figueiredo, dono de uma banca de churros no centro de Porto Alegre.
O sabor único da massa frita feita pelas mãos de Jorami de Figueiredo, dono do Churros do Tio Jora, faz parte do centro de Porto Alegre há mais de 50 anos. Acompanhado de Daniela Pasin, sua esposa desde 2007, o empreendimento do vendedor é um sucesso no coração da Capital há décadas, e, segundo o próprio Jorami, o negócio foi alavancado depois de participar de reportagens.
— A RBS foi um canhão para nós. Quando demos uma entrevista em Capão da Canoa, o pessoal chegava lá e dizia: "Bah! Tu falou na rádio" — relatou Jorami.
Em uma reportagem publicada em 2018, sobre a preparação de brasileiros para a aposentadoria, Jorami compartilhou sua história com os leitores. Ele trabalha desde os 14 anos. Vendia pipoca no antigo Estádio Olímpico no final dos anos 1960 e, durante os dias da semana, dirigia-se para outros pontos de movimento da cidade para comercializar balas e rapaduras. Após anos de informalidade, ele havia decidido passar a contribuir com o INSS para garantir sustento na velhice.
Na ocasião, o vendedor relatou a GZH que precisava de mais dois anos para garantir um salário mínimo de renda para o resto da vida. No entanto, ele continua na ativa, porque não conseguiu comprovar o tempo de contribuição durante o período em que trabalhou sem carteira assinada. Depois da reportagem, nunca mais atrasou um pagamento das taxas da microempresa individual (MEI).
A esposa, Daniela, não pretende parar de vender churros, mesmo quando Jorami conseguir a aposentadoria.
— Eu sou muito pró-ativa, acredito muito no nosso produto. Sei a dedicação que ele colocou no churros por anos, acho importante continuar com o negócio — concluiu Daniela.
Entre Porto Alegre e o Litoral
Durante três estações do ano, tio Jora vende o autointitulado "melhor churros do Rio Grande do Sul" no Centro Histórico, na Rua Uruguai, em uma pequena barraca. No verão, Jorami e Daniela costumam ir a Capão da Canoa, local onde ele se estabeleceu durante parte da sua vida.
— Eu fui para Capão (da Canoa) em 1973 trabalhar com pipoca. Depois, em 1975, eu comecei com o churros. Trabalhava o verão lá e o inverno vinha para Porto Alegre. De 1983 a 1993 morei em Capão da Canoa, mas vinha trabalhar aqui (em Porto Alegre) — ressaltou.
O casal faz sucesso no litoral, principalmente depois de conversar com GZH. Daniela também está no dia a dia da famosa barraquinha de churros e ressalta o impacto positivo da repercussão.
— Os clientes comentam que conheceram o churros pelas reportagens e algumas pessoas vêm provar pra saber se é verdade. Nosso movimento aumentou — disse a vendedora.
Primeira reportagem em 2009
A primeira aparição da barraca de churros do casal em um veículo do Grupo RBS foi no Diário Gaúcho, em abril de 2009. Na ocasião, Jorami completava 40 anos de relação com a Capital. Passados quase 15 anos, a banca de churros do Tio Jora foi alavancada em outras oportunidades.
— Foi o início, mas as recentes também são importantes. Tanto aqui em Porto Alegre quanto em Capão, o pessoal lembra que falamos com vocês e comentam com a gente — conta.
*Produção: Nikolas Mondadori