Entregues à população em outubro de 2021, 22 dos 23 chuveiros localizados ao longo das quadras esportivas do trecho 3 da orla do Guaíba foram furtados com poucos meses de uso. Às vésperas do terceiro verão que Porto Alegre contará com as atrações de lazer na região, torneiras de plástico ou canos abertos substituem os chuveiros. Apenas um dos equipamentos originalmente instalados segue no local.
Segundo a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), os chuveiros foram planejados e instalados com a tecnologia antivandalismo, e mesmo assim, foram furtados. Conforme a Smoi, os furtos aconteceram nos primeiros dias de uso e os chuveiros chegaram a ser substituídos algumas vezes.
A secretaria diz também que os equipamentos furtados devem ser substituídos por outros "similares" até o verão. Além disso, a pasta afirma que planeja ampliar os banheiros e vestiários com a instalação de contêineres.
Em vistoria feita pela reportagem de GZH entre a pista de skate e a quadra 22 no começo da tarde desta terça-feira (31), dois anos e uma semana depois da inauguração do espaço, 12 instalações dos 16 chuveiros funcionavam com torneiras de plástico no local. Outras quatro eram apenas canos abertos acionados por botões de pressão. Das torneiras auxiliares mais próximas do chão, apenas duas não funcionavam. Na parede que fica ao lado da pista de skate e antes do bar Espartano na Pista, quatro dos sete espaços para chuveiros despejavam água quando acionado, sendo um deles o único chuveiro remanescente de toda região - outros dois não tinham nem botão.
Trabalhadores do bar Espartano, na altura das quadras 7 e 8 de grama sintética, sentem falta dos chuveiros. Eles afirmam que clientes e frequentadores acabam usando as pias dos banheiros para refrescar todo o corpo em dias quentes do final de semana, situação que inunda os espaços.
O mobiliário foi instalado pela Smoi, mas é a Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj) que é responsável pela manutenção do espaço adotado pelo Hospital Mãe de Deus. Ambas as pastas, além da Secretaria Municipal de Segurança (SMSEG), admitem que o local perdeu os aparelhos metálicos originais por conta do vandalismo nos primeiros meses de funcionamento do espaço público.
De acordo com relatos de frequentadores, os chuveiros funcionaram por cerca de três meses. A Guarda Municipal confirma que furtos aconteceram no período inicial após a inauguração das quadras. Os itens originais eram de metal e foram substituídos por torneiras de plástico, que também foram furtadas em um segundo momento. Atualmente, os canos estão tampados. Somente as torneiras auxiliares, em altura suficiente apenas para lavar os pés, seguem disponíveis para os frequentadores.
A hipótese do vandalismo e furtos de metais é confirmada pela SMSEG. Segundo a Guarda Municipal, entre outubro de 2021 e janeiro de 2022 o patrulhamento público ainda não contava com o apoio de vigilantes particulares, da empresa Lince, contratados de maneira suplementar pela Smelj. Assim, o novo ambiente público foi alvo da ação de ladrões de cabos e materiais metálicos em geral.
— Infelizmente, vandalismo e furtos são riscos naturais em espaços públicos e com acesso livre da nossa cidade. Depois deles, reforçamos a vigilância ostensiva presencial e o videomonitoramento da Orla. Vigilantes particulares e o videomonitoramento em tempo real são o principal, além das patrulhas volantes da Guarda Municipal e do auxílio da Brigada Militar. Isso faz com que o trecho 3 seja um dos locais melhores monitorados — relata o comandante da Guarda Municipal, Marcelo Nascimento, setor da SMSEG que responde pela região.
Com outra finalidade, mas também sem a devida manutenção, os banheiros públicos na mesma área também não estão mais com os materiais que foram inaugurados dois anos atrás. Neste caso é a Smelj que contrata funcionários de limpeza e zeladoria dos espaços. Trabalhadores dos dois bares da região afirmam que aos finais de semana os problemas de entupimento e falta de escoamento são constantes.
A prefeitura explica que a manutenção e limpeza dos banheiros é feita pela Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus), em conjunto com a Smelj, e custa de cerca de R$ 5,2 mil por mês.