A água do Guaíba já atinge residências na região das ilhas em Porto Alegre. Na manhã deste domingo (19), moradores trabalham para erguer móveis e retirar bens de áreas mais suscetíveis a alagamentos. Ainda não há informações de desabrigados na região.
A reportagem de GZH percorreu trechos da Ilha dos Marinheiros e da Ilha do Pavão. A água invade pátios e residências nas ruas Nossa Senhora Aparecida e João Inácio da Silveira, na Ilha dos Marinheiros, e às margens da BR-290, na Ilha do Pavão. O retorno do quilômetro 97 da rodovia está inundado, o que impede a passagem de veículos leves.
As medições do Guaíba foram atualizadas às 11h deste domingo. Segundo a Defesa Civil, a régua manual da Ilha da Pintada apontou 2m20cm — trata-se exatamente da cota de inundação da região. Na noite de sábado, a régua indicava 1m86cm. Os moradores relataram que a água subiu rapidamente durante a madrugada e o início da manhã.
Já a medição automática aponta que o Guaíba está em 2m53cm de altura, logo acima da cota de alerta, que é de 2m50cm, e abaixo da cota de inundação, que é de 3m.
— A água está vindo mais rápido do que na última enchente. Dá para perceber a corrente da água. Já estamos tirando coisas de dentro de casa. Moro há 15 anos aqui e já perdemos tudo várias vezes — relata o vendedor Ricardo Santos, de 54 anos, que vive na Ilha do Pavão.
Moradores experientes demonstram preocupação com a velocidade do avanço da enchente. Daniel Marcelino, que reside há mais de 50 anos na Ilha dos Marinheiros, passou a madrugada acordado para monitorar a situação. Ele é reciclador e perdeu os materiais que mantinha no pátio de casa.
— Já está cheio, e não temos como trabalhar. A água vem e leva as coisas. Na última enchente, ficamos dois meses sem trabalhar — conta.
A Defesa Civil informou que monitora a região. Ainda não há abrigos montados para receber eventuais desabrigados no Bairro Arquipélago.