Com a chegada de uma nova instabilidade no tempo e o vento sul, a manhã desta quarta-feira (22) é de apreensão entre moradores da Região das Ilhas, em áreas compreendidas entre Porto Alegre e Eldorado do Sul.
Ao longo da BR-290, pessoas se acumulam entre acampamentos e veículos estacionados nos acessos para as ilhas, que seguem todas inundadas. Em meio à água, alguns moradores se arriscam para levar e trazer mantimentos ou simplesmente para conferir a situação de suas casas.
O zelador Odi Lima da Silva, 68 anos, teve que deixar a sua casa no bairro Picada, em Eldorado, e passar a noite no prédio onde trabalha, em Porto Alegre.
— Quando volto, fico aqui mesmo, da rodovia, observando. Não tem como chegar lá na casa. Moro há 22 anos aqui e nunca vi nada igual — conta Silva, lembrando que nem mesmo na enchente de 2015 a água chegou a este nível em sua rua.
A impressão do zelador é corroborada por outros relatos, como o da auxiliar de limpeza Poliana de Oliveira, 38 anos:
— Depois da grande enchente de 2015, já tínhamos reconstruído a casa 80 centímetros mais alta. Porém, agora, não adiantou nada. A água chegou lá igual.
Além do nível alto do Guaíba, a virada do tempo, com chuva e vento sul, preocupa ainda mais os moradores. O receio é de que os fenômenos voltem a represar os alagamentos.