O prédio histórico da Confeitaria Rocco, na esquina da Rua Doutor Flores com a Riachuelo, no Centro de Porto Alegre, atrai olhares curiosos. Quem passa, observando a fachada, com detalhes arquitetônicos exuberantes que contrastam com grafites e tapumes que isolam a área, questiona como o edifício está por dentro. A reportagem de GZH visitou o local e registrou a situação interna do casarão.
Do lado de dentro do prédio que tem mais de cem anos, pisos, janelas, portas e paredes estão deterioradas. Mesmo com a falta de luz em alguns ambientes, é possível perceber a ação do tempo no local. O edifício está repleto de mofo e infiltrações. Parte do teto não tem telhas e outra parte desabou. As janelas já não têm vidros, e algumas aberturas perderam as portas.
Na última sexta-feira, a prefeitura de Porto Alegre tomou posse do prédio da Confeitaria Rocco. A decisão, proferida pela juíza Silvia Muradas Fiori, da 4ª Vara da Fazenda Pública de Porto Alegre, permitirá ao município proceder com as ações de restauro.
Os trabalhos de restauro serão conduzidos pela Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (Smcec). Em um segundo momento, a Secretaria Municipal de Parcerias (SMP) pretende planejar um modelo para que o imóvel recupere a função junto à população.
Histórico
Tombada como patrimônio histórico de Porto Alegre em 1997, a Confeitaria Rocco teve seu último inquilino fixo até 1999, quando o cursinho pré-vestibular Universitário operava ali.
Conforme a prefeitura de Porto Alegre, a história do edifício começou com Nicolau Rocco (1861-1932) — natural da Itália e antigo funcionário da famosa confeitaria "El Molino", de Buenos Aires —, que em 1892 fundou a Confeitaria Sul-América na capital gaúcha. Em 1910, ele mandou construir o prédio da Confeitaria Rocco.
O projeto, em estilo eclético, foi elaborado pelo arquiteto e construtor Salvador Lambertini, que morreu em 1911. A obra então foi concluída por Manuel Itaqui Barbosa Assunpção, sendo inaugurada em 20 de setembro de 1912.