A simulação de um acidente rodoviário com feridos na tarde desta quarta-feira (25), no km 77 da freeway, no sentido Porto Alegre-Litoral, em Gravataí, na Região Metropolitana, testou a capacidade de reação e pronto-atendimento de órgãos de saúde, da segurança e ambientais do RS. O exercício foi promovido pela CCR ViaSul em comemoração ao aniversário de 50 anos da estrada.
— O simulado tem o objetivo de integrar e capacitar as equipes — disse o gerente de Atendimento Pré-Hospitalar (APH) da CCR Rodovias, Juliano Roque de Souza.
O ensaio envolveu uma suposta colisão entre dois veículos pesados (um caminhão carregado de carga perigosa e um ônibus) e um carro de passeio. Participaram 25 figurantes, que precisaram ser resgatados durante a operação. O repórter da Rádio Gaúcha Jocimar Farina foi um deles. Além disso, ocorreu um suposto vazamento de gasolina para a pista, o que exigiu cuidados especiais das equipes de resgate.
O coordenador de Operações Especiais da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), Leandro Barbosa, explicou a relevância de ações como a desta quarta-feira:
— A importância é a integração entre os órgãos e a comunicação eficiente.
O exercício começou às 14h10min e foi acompanhado por dezenas de pessoas, que tiravam fotos e filmavam as ações. Uma arquibancada chegou a ser instalada na lateral do local para o público poder assistir à encenação. Curiosamente, a estrutura de metal foi interditada durante a simulação porque a empresa responsável não apresentou o laudo exigido pelos bombeiros. Os espectadores precisaram continuar vendo a movimentação de pé.
A cabeleireira Renata Santana da Silva, 38 anos, veio de Cachoeirinha para ver a simulação.
— É bacana e, ao mesmo tempo, assustador. Mas estou tranquila — disse.
O empresário Alberto Luis Ferazzo, 64, também aguardava o começo do exercício.
— Nunca acompanhei, mas acho interessante e um momento de aprendizado — observou.
Durante a simulação, as vítimas gritavam e soqueavam as paredes internas do ônibus pedindo ajuda. Enquanto isso, do lado externo, os socorristas chegavam e começavam seu trabalho. Um pó de cor verde foi espalhado para sinalizar o local do acidente.
O vidro da frente do ônibus foi quebrado e a parte do teto foi serrada com auxílio de um equipamento de última geração para os agentes terem acesso aos feridos. Desses, 15 simularam terem saído ilesos, cinco com ferimentos moderados, quatro considerados graves e um supostamente morreu.
Um dos socorristas dava instruções para uma das vítimas do ônibus.
— Pega uma blusa e protege a perna dela — orientava, enquanto o salvamento estava em andamento.
Uma mulher simulava desespero no lado de fora e dizia que havia uma vítima fatal no veículo de transporte coletivo. Precisou ser contida por um dos socorristas, porque estava atrapalhando a operação de resgate.
Era um treino, mas parecia de verdade. Pessoas estavam maquiadas como se estivessem ensanguentadas no rosto e em outras partes do corpo. Uma figurante tinha uma fratura exposta, outros precisaram ser imobilizados em macas e houve até caso de entubamento à beira da rodovia.
— Este simulado tem importância para que nós possamos, junto com todas as equipes que fazem a segurança e o atendimento de emergência, minimizar os erros e dar uma pronta resposta mais célere em caso de atendimento real — detalhou o bombeiro militar e tenente Mauro Lemos.
Participaram 25 instituições de saúde, ambientais, de trânsito e um helicóptero, que conduziu o repórter Jocimar Farina até o Parque Ramiro Souto, na Redenção, para posterior envio ao Hospital de Pronto Socorro. Às 15h, os resgates estavam concluídos e o que seguia era o transbordo da gasolina do caminhão, e a aspiração da pista.
Um dos 25 figurantes deixou o local visivelmente emocionado, após participar do simulado.
— Foi uma experiência incrível e inesquecível. Com muito orgulho representei Gravataí e toda região — comemorava Vitor Monteiro da Silva, 19.
Integrantes das equipes utilizaram materiais e equipamentos de proteção individual (EPIs) da mesma cor em homenagem ao movimento Outubro Rosa.
As ações se concentraram em uma área sinalizada com cones e fitas onde ficava o antigo pedágio de Gravataí. Não houve interrupção do trânsito no trecho onde ocorreu a simulação. Ao término do evento, os participantes tiraram uma foto coletiva e foram brindados com um banho de mangueira de um caminhão de bombeiros.