Com oito dos 13 itens que compõem a cesta básica recuando de preço, Porto Alegre fechou setembro com o conjunto 2,48% mais barato do que no mês anterior. No ano, o acumulado já tem deflação de 3,12%. As informações são da pesquisa divulgada mensalmente pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese).
A principal queda registrada foi a da batata inglesa, que ficou 19,93% mais barata na comparação entre setembro e agosto. Banana, café, farinha de trigo e leite foram outros alimentos que tiveram redução de valor. Entre as elevações, dos cinco itens que apareceram o destaque ficou por conta do arroz, com inflação de 5,06% no mês. Feijão, açúcar, tomate e óleo de soja fecham a lista das altas.
A queda de preços não foi uma exclusividade de Porto Alegre. Segundo o relatório do Dieese, o custo da cesta básica ficou menor em 14 das 17 capitais pesquisadas pelo departamento. Com isso, Porto Alegre também perdeu o posto de cesta mais cara do país, que vinha ocupando nos últimos dois meses.
Agora, o conjunto de alimentos mais caro é de Florianópolis, que fechou outubro em R$ 747,64. Porto Alegre ficou com o segundo lugar: R$ 741,71. A cesta básica mais barata do país segue em Aracaju, capital do Sergipe. Por lá, a soma dos 13 itens que compõe a pesquisa terminaram setembro em R$ 532,34.
Razões para a queda de preço
Conforme o relatório do Dieese, a queda nos valores da batata, assim como no preço da cesta básica, não foi só em Porto Alegre. O preço do quilo diminuiu em nove das 10 cidades do Centro-Sul onde o tubérculo é pesquisado. Entre agosto e setembro, as maiores quedas foram registradas em Brasília (-26,01%), Porto Alegre (-19,93%) e Belo Horizonte (-19,17%).
No documento, o departamento explica que "a maior oferta da safra de inverno reduziu os valores no varejo". Outro item importante no prato do brasileiro que caiu de preço foi a carne bovina. O recuo foi de 2,41%. Conforme a pesquisa do Dieese, "a China vem pagando menos pela carne brasileira, o que tem pressionado para baixo os preços domésticos". E internamente, "a demanda seguiu enfraquecida devido aos altos preços praticados".
Entre as altas, a do arroz chamou atenção. Não apenas pelo salto de 5,06% na comparação mensal, mas porque só em 2023 o alimento já acumula inflação de 10,43%. Somados os últimos 12 meses, esse valor salta para 14,32%. Em seu relatório, o Dieese cita três razões para esse aumento: "a menor oferta, o maior nível dos preços internacionais e a demanda firme".
Mínimo necessário
O estudo do Dieese ainda pontua quanto do salário mínimo é comprometido para compra da cesta básica. E quando seria o salário necessário para uma família brasileira. Em setembro, o percentual do salário mínimo líquido para compra dos produtos da cesta ficou 60,75%. E o valor mínimo necessário para uma família deveria ser de R$ 6.280,93. O que representa 4,76 vezes o mínimo atual, de R$ 1.320.