O percurso entre os quilômetros 74 e 88 da freeway — eixo de mobilidade metropolitana entre Porto Alegre, Cachoeirinha e Gravataí — começa a acrescentar elementos diferenciados ao cotidiano de moradores e trabalhadores. São realizadas obras para alargamento do traçado e instalação de acostamentos. Maquinário pesado e circulação de operários são percebidos por quem trafega no km 81.
Uma alteração se impõe sobre o caminho: em trecho de um quilômetro no qual acontecem as atividades é reduzida de quatro para três pistas nos primeiros 500 metros e, em seguida, de três para duas faixas no outro meio quilômetro.
Este mesmo método vai ser aplicado em nove frentes. Isso pode ocorrer simultaneamente até o final do ano. A delimitação de quatro para duas pistas, o que representa 50% do potencial da rodovia, pode ser praticada tanto nas faixas da direita, quanto da esquerda.
Nos trechos onde houver estreitamento, a velocidade máxima permitida será rebaixada dos convencionais 110 km/h para 60 km/h.
O desafio é grande, conforme o gerente de operações da concessionária CCR Via Sul, Paulo Link, já que mais de 70 mil veículos cumprem diariamente o percurso.
— Estamos estimando um aumento de 30 minutos no tempo de deslocamento durante os horários de pico, entre 6h30min e 8h30min, e entre 17h30min e 19h30min — aponta o gestor da concessionária.
Link explica que a CCR Via Sul optou por realizar as obras nas nove frentes ao mesmo tempo para evitar que o prazo de execução fosse prolongado.
As atividades acontecem no viaduto sobre a RS-118 (km 74,7), na passagem elevada sobre a Rua Paul Zivi (km 76,8), na travessia sobre o canal DNOS-2 (km 81,1), na ponte sobre o Rio Gravataí (km 84,2), e na travessia sobre o canal DNOS-1 (km 88,2).
Estamos estimando um aumento de 30 minutos no tempo de deslocamento durante os horários de pico, entre 6h30min e 8h30min, e entre 17h30min e 19h30min.
PAULO LINK
Gerente de projetos da concessionária CCR Via Sul
— São obras de relativa complexidade que poderiam ser feitas de forma escalonada e fora dos horários de intenso movimento, mas levaríamos cerca de três anos para concluir — justifica o gerente de operações da CCR Via Sul.
As obras são realizadas como contrapartida pela concessionária CCR Via Sul, ao custo de R$ 30 milhões. A meta é concluir o serviço antes do final do ano para que o tráfego esteja restabelecido em sua plenitude até o início dos deslocamentos do veraneio.
Saídas para perímetro urbano podem ser alternativas
Diante da previsão de que pode haver impactos sobre o tempo de deslocamento, autoridades de trânsito das cidades com territórios envolvidos no projeto apontam alternativas. Em Porto Alegre, conforme a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), diariamente ingressam cerca de 48 mil veículos pela Avenida Presidente Castelo Branco. Aproximadamente 54 mil saem da Capital pelo mesmo caminho todos os dias. Já pelo acesso da Avenida Assis Brasil, próximo à entrada de Cachoeirinha, circulam cerca de 39 mil veículos por dia.
Para o gerente de Fiscalização de Trânsito da EPTC, Leandro de Moura Coelho, uma alternativa é a troca do trecho da freeway pelo caminho da Avenida Assis Brasil até a rótula da Fiergs, tomando a Avenida Bernardino Silveira Amorim em direção à Zona Norte e ao Centro (veja no mapa acima).
Além desta, há a saída para a Avenida dos Estados, à altura da BR-116, em direção ao eixo viário próximo ao Aeroporto Internacional Salgado Filho, com acesso pela Rua Edu Chaves para os bairros da região central, tendo a Avenida Farrapos como principal alternativa, e em direção às zonas Leste e Sul pela Terceira Perimetral.
Secretário de Mobilidade de Gravataí, Guilherme Ósio aponta como possível alternativa viária a saída da freeway para o perímetro urbano do município pela Rua Nutrella, na altura do km 80, com acesso pela Avenida Senador Teotônio Vilela até a Avenida Dorival Cândido Luz de Oliveira, nome do trecho urbano da RS-030, principal via da cidade.
O mesmo pode ser feito por Cachoeirinha, onde o secretário de Mobilidade, Emerson Santos, menciona a possibilidade da saída à altura do km 83 da freeway para a Avenida Papa João XXIII, com passagem pela Rua Tamoios até a Avenida General Flores da Cunha, nome do trecho urbano da RS-030, também principal via do município. Santos destaca que a Flores da Cunha opera com 60% de sua capacidade e pode receber mais carga de tráfego se for necessário.
Chefe da 1ª Delegacia da Polícia Rodoviária Federal no Estado, Daniel Mendonça alerta que a PRF realiza rondas para monitorar e orientar sobre a segurança nos espaços impactados pelas obras. Ele orienta os motoristas a observarem a sinalização e tomarem precaução de sinalizar antecipando os movimentos de troca de pista, além de manter velocidade adequada e distância mínima de segurança.